Friday 17 June 2011

Centro de Estudos Moçambicanos e Internacionais

Av. Romão Fernandes Farinha, nº 1279, Caixa Postal 1092, Telef. nº +258 21 404905, E-mail: cemode@teledata.mz, Maputo-Moçambique.


Comunicado de Imprensa

Assunto: “Café Diplomático” – Os Desafios e Perspectivas nas Relações entre a Tanzânia e Moçambique


O Centro de Estudos Moçambicanos e Internacionais (CEMO), em parceira com o Alto Comissariado da República Unida da Tanzânia organizam mais um “Café Diplomático”, desta feita subordinado ao tema “Os Desafios e Perspectivas nas Relações entre a Tanzânia e Moçambique”, a ter lugar no dia 21 de Junho de 2011, Terça-feira, pelas 16 horas, no Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ).

O evento terá como orador Sua Excelência o Alto Comissário da República Unida da Tanzânia, Pastor Ngaiza, com os comentários do Dr. Silvério Ronguane (académico), sob Moderação do Dr. Manuel de Araújo (Presidente do CEMO).

Apesar das relações formais entre a Tanzânia e Moçambique, no entanto que Estados, só terem iniciado em 1975, com o alcance da independência nacional de Mocambique, na prática elas remotam desde muito antes da luta de libertação Moçambique, pois foi na Tanzânia (na altura Tanganyica) que se formou a MANU – Mozambique (e antes Maconde) African National Union – que mais tarde se uniria a UNAMI (União Nacional para Moçambique Independente) e a UDENAMO (União Democrática Nacional de Moçambique), formando a Frente de Libertação de Moçambique. A Tanzânia foi assim a retaguarda segura” do movimento que liderou o processo de luta contra o colonialismo português.

Com o alcance da Independência nacional de Moçambique em Junho de 1975, as relações entre os dois países, ganharam um novo ímpeto, principalmente no domínio diplomático. Sintomática e simbólica da
aproximação diplomática é o facto de ter sido atribuída a Embaixada, hoje Alto Comissariado da Republica Unida da Tanzânia a matricula diplomática para seus veículos CD 001, que em gíria diplomática, e no caso em apreço se confirma, que a Tanzânia foi o primeiro país a reconhecer oficialmente, e assim a manter relações diplomáticas com a então jovem Republica Popular de Moçambique.

Apesar desta aproximação, o então Presidente da Republica Unida da Tanzânia, soube ler o contexto regional em que Moçambique se encontrava, tendo na altura alertado que “Moçambique se encontrava no
mar alto”. Mensagem que os jovens dirigentes da jovem República Popular só viriam a perceber 15 anos mais tarde.

Nas relações entre estes dois Estados, de salientar ainda o facto de a Tanzânia, ter prestado apoio militar ao governo de Moçambique durante o período do conflto armado dos 16 anos.

Certamente que um dos momentos mais marcantes deste relacionamento foi a construção e inauguração, em 2010, da “ponte da unidade“, ligando a província de Cabo Delgado (em Moçambique) à região de Mtwara
(Tanzânia), concretizando um sonho de Samora Machel e de Nyerere.

Hoje, volvidos quase 50 anos de cooperação, a Tanzânia joga um papel fulcral dentro do xadrez político da SADC e de África, principalmente depois de o chefe de Estado da Tanzânia ter assumido a Presidência
rotativa da União Africana em 2008.

Num mês em que Moçambique comemora os 36 anos de independência e num ano em que a Tanzânia completa 50 anos de independência, importa revisitar as relações entre os dois países para os seus povos, para a região da SADC e para África no geral, no sentido de entender os desafios e perspectivar o futuro.

De recordar que os primeiros diplomatas moçambicanos, hoje no topo da carreira diplomática moçambicana, foram formados no Instituto Tanzaniano de Relações Internacionais em Dar Es Salaam.

Numa altura em que novas lideranças assumem os destinos dos dois países, se descobrem reservas de petróleo nas duas margens do Rovuma continuará Moçambique a ver a Tanzânia como ‘’a pátria do vovo
Nyerere?“ Ou interesses nacionais de ambos os lados se sobreporão às velhas e históricas amizades?

É neste contexto que temos a honra de lhes informar e convidar para que venha partilhar a sua visão sobre os desafios e perspectivas nas relações diplomáticas entre Moçambique e a Tanzânia, em mais um “Café
Diplomático”.

O Centro de Estudos Moçambicanos e Internacionais (CEMO) é uma entidade sem fins lucrativos (think tank), vocacionado na promoção de estudos, pesquisas e debates sobre vários assuntos nas áreas de governação, direitos humanos, segurança, desenvolvimento económico, politicas Públicas e Relações Internacionais.



Maputo, aos 15 de Junho de 2011


O Director Executivo (Interino)


N. Henriques Viola

Para mais informacoes: 820903040 ou cemode@teledata.mz

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