O que eu penso da demissão de Ismael Mussa (parte 1 e 2)
., April 18, 2011 at 5:18pm.I- da alegada crise do MDM
Não é verdade que o MDM esteja em crise, quem está em crise é o Dr Ismael Mussá:
1-Na tradição africana pela qual os nossos partidos se fundem, cabe ao Chefe (Presidente) nomear, dirigir, ordenar e por se tratar de partidos patrimonialistas, proceder a gestão e distribuição dos bens!
2.Isto acontece na Frelimo, na Renamo, no MDM e nas familias. O Presidente é como Pai, é o iluminado, o clarividente...por ai em diante. Percebo que Ismal Mussá esteja frustrado com este modus operandi na medida em que foi forja...do numa escola diferente (Brazil) logo ele é que ainda não percebeu em que país está, razão pela qual, entrou em crise na Renamo e ja agora no MDM. O MDM Foi criado por pessoas que estavam fartas de esperar pela sua vez na Renamo (com Geraldo Carvalho à cebeça) e viram no sucesso eleitoral de Daviz nas autárquicas (sucesso este a custa da comoção e pena que gerou o seu afastamento da Renamo aliado as benesses que andou a distribuir pelos líderes comunitários da Beira) uma oportunidade para finalmente terem acesso aos fundos do Estado através da sua participação na Assembbleia da República. Portanto, aquele partido não reúne pessoas que se identificam ideologicamente mas sim por uma questão de interesses mútuos pelo dinheiro e benesses do Estado. A alegada frustração tem a ver também com o facto de muitas destas pessoas não terem entrado ao parlamento sendo por isso neste momento frustradas..
3- : Ismael Mussá pensou (por culpa da sua visão de organização politico partidaria obtida por via da sua vivência no Brazil) que Daviz Simango era talvés, uma pessoa diferente. Não percebeu ele que estava perante um líder tradicion...al africano, que acha-se do direito de ser o detentor do poder absoluto. Pensou Ismael que sendo SG do partido iria dirigir sob sua própria iniciativa o rumo do partido. Aqui não é assim que acontece. o SG de um partido é um ajudante do presidente do partido devendo cumprir fielmente com as ordens emanadas pelo clarividente e visionário Chefe no caso vertente o Presidente. Ao SG não se exige pensamento mas lealdade e cumprimento escrupuloso das decisões deste.
Parte II-Do perfil da nossa oposição
Como fizemos referência da reflexão anterior, não há nada de ideológico nos partidos moçambicanos/africanos: aliás existe: a ideologia funda-se no acesso aos bens e recursos do Estado.
Todos nós sabemos (pelo menos todos aqueles com honestidade intelectual sabem) que o partido dominante (Frelimo) controla quase que a título exclusivo, os bens do Estado e controla os detentores dos recursos a nível do sector privado, impedindo por isso, o acesso dos mesmos por parte dos partidos da oposição.
Este facto faz com que a oposição seja frequentada pelos excluidos, pelos menos formados , pelos menos hábeis enfim...por todos aqueles que acham que não tem espaço na Frelimo. Isto porque, os formados, os intelectuais...acalentam a expectativa de um dia serem chamados pelo sistema para terem também o seu "quinhão" do bolo deste forno chamado Estado. Por isso, ou se identificam imediatamente como membros da FRELIMO ou pelo menos fazem de tudo para não se comprometerem. Idem para os empresários, ou se identificam com a Frelimo ou procuram manter o silêncio cumplice com o sistema.
E o que resta para a oposição? NADA. Assim, a oposição em Moçambique/África é feita em regra pelos analfabetos, desempregados...e outros excluidos sistemicos.
Assim, os "excluidos" por via de processos históricos (família SIMANGO, DHLAKAMA, MATSANGAISSE...) juntamente com os excluidos actuais (desempregados e outros) juntam-se em organizações que designam de "partidos políticos da oposição". Os fins destas organizações são as mesmas: procurar ter acesso aos bens do Estado aproveitando alguns espaços que a Frelimo deixa para legitimar que em Moçambique existe a tal Democracia imposta pelos ocidentais.
Na parte III irei analisar o alegado nepotismo no MDM
Finland investigates Russia 'shadow fleet' ship after cable damage
-
Finland is investigating a tanker following the rupture of a transmission
cable in the Baltic Sea.
1 hour ago
1 comment:
Caro MA,
Odeio política. Meu ódio é uma mistura de raiva e frustração. Fúria e angústia. Vejo nas arenas políticas muito mais destruição do que construção. Muito mais medo do que virtude. Muito mais máfia do que unidade para algum fim.
Odeio política porque liberta o pior que habita o homem: ambições desmedidas. Em nome dessas ambições atropela-se toda a agenda da esperança. O que os políticos querem não é o bem-estar do povo, mas salários estratosféricos, tráfico de influências, manipulação mediática, idolatria institucional, prostituição eleitoral, todo tipo de engano. No jogo sujo da política quem perde é sempre o povo.
Eu sei que existem, eventualmente, alguns poucos políticos honestos, mas a proporção de malandros é tão avassaladoramente maior que chega a ser covardia. In Arrone Fijamo.
Lenin dizia que "a democracia é o regime político no qual o povo escolhe aqueles que vão oprimi-lo nos próximos quatro anos". É muito raro o encontro de um discurso político e da Verdade num mesmo palanque. A mentira é o sobrenome da política. Ser político é vivenciar a arte de ludibriar mentes frágeis.
Odeio política! Essa é a minha radicalidade. Voto porque ainda sou cidadão, mas só Deus sabe o sacrifício que faço para votar. Sinto no peito o impacto do que vaticinou Carlos Drummond de Andrade: "O voto, a arma do cidadão, dispara contra ele".
Definitivamente, odeio política!
Até mais...
Fijamo
Post a Comment