Monday 13 December 2010

WIKI ON INSITEC!

“WikiLeaks”
Grupo INSITEC apelida de infundadas e falsas informações divulgadas no portal

Maputo (Canalmoz) – A INSITEC, um dos maiores grupos empresariais de Moçambique, apelida de “infundadas” e “falsas” as referências ao grupo no portal WikiLeaks e “desmente e repudia” essas informações, refere a Lusa, numa notícia posta a circular na última sexta-feira.
O portal Wikileaks divulgou telegramas secretos da embaixada dos Estados Unidos em Maputo, para a sede do Governo americano, em Washington, e em alguns deles o Presidente da República de Moçambique e presidente do partido Frelimo, Armando Guebuza é referido como comprometido com os narcotraficantes e, como corolário, com o tráfico de droga.
O ex-chefe de Estado de Moçambique, Joaquim Alberto Chissano, que sucedeu a Samora Machel e antecedeu o actual presidente no cargo, vem referenciado nos mesmos termos nos referidos despachos da embaixada americana.
Num dos telegramas afirma-se que “a gestão do porto de Nacala [na província de Nampula, a Norte do País] infelizmente conhecido por permitir o transbordo da droga proveniente do Sudeste asiático, foi recentemente atribuído a Celso Correia, presidente da sociedade INSITEC, sociedade sombra de Guebuza”. O telegrama não acusa directamente Celso Correia. Mas é um facto que o empresário adquiriu significativa participação na SCDN (Sociedade do Corredor de Nacala) e, posteriormente, poucos meses depois, cedeu essa participação, em parte ou no todo, à Vale, brasileira numa operação a que tem estado a ser associada a Canargo e Correa, agora dirigida pelo português Armando Vara indiciado em Portugal de vários crimes.
Celso Correia concretizou a aquisição de parte do capital social da Sociedade do Corredor de Nacala (SCDN) quando Guebuza se encontrava em Nampula em campanha eleitoral, em 2004, e esteve presente num comício do candidato e da Frelimo, em Nampula, vestindo uma camisola do partido.
Nos telegramas confidenciais que a Wikileaks subverteu da base de dados da administração americana e pôs a circular no seu portal na internet, o presidente Guebuza é ainda acusado de ter recebido uma comissão entre “35 e 50 milhões de dólares” no negócio da compra da barragem de Cahora Bassa a Portugal. Num telegrama está escrito que o banco português que organizou o financiamento “entregou as suas acções no BCI Fomento a uma empresa controlada por Guebuza”.
Celso Correia é hoje o presidente do Conselho de Administração do BCI para além de ser o PCA da INSITEC.
O Grupo INSITEC esclareceu à LUSA, segundo um despacho da própria agência portuguesa, que adquiriu a sua posição no BCI “através da aquisição da participação detida por cerca de 200 accionistas moçambicanos”. Esse grupo de accionistas moçambicano, a SCI, é liderado por Magid Osman, ex-PCA do BCI Fomento, ex-ministro das Finanças e ex-secretário de Estado do Carvão.
“Os outros accionistas do BCI (dois bancos portugueses) não venderam, transmitiram ou transferiram qualquer acção para a INSITEC”, diz um comunicado do grupo que a LUSA diz que lhe foi enviado.
O Canalmoz tentou ontem obter tal comunicado mas uma fonte da INSITEC disse-nos que só hoje nos poderia ser disponibilizado.
Quanto a Nacala, na província de Nampula e que alegadamente é porta de entrada de droga, segundo os telegramas da embaixada americana em Maputo para Washinton, a INSITEC adquiriu em 2008 uma posição accionista na Sociedade de Desenvolvimento do Corredor de Nacala (SDCN), que gere o porto através da empresa CDN.
“A motivação da entrada da INSITEC no Corredor de Nacala prende-se com a visão de transformar aquela infraestrutura numa via de escoamento do grande potencial mineral do país e numa alavanca de desenvolvimento agro-industrial da região”, diz o comunicado, lembrando que há dois meses vendeu a maioria do capital a favor da empresa Vale, multinacional brasileira.
“Durante o período em que a INSITEC foi accionista de referência da SDCN, e em qualquer outro momento da nossa existência, não tivemos conhecimento, nem participámos, em nenhuma actividade ilícita”, garante a INSITEC citada pela LUSA.

(Redacção – LUSA)

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