Bancadas parlamentares antevêem informe do Presidente da República à nação
“O chefe de Estado não tem como dizer que o ‘estado da nação’ é ‘bom’, porque numa nação em bom estado o governo não manda balear a população que exige os seus direitos. Se o estado da nação é medido pelo bem-estar dos seus dirigentes e o desenvolvimento dos seus negócios, então o PR tem argumento para dizer que o estado da nação é bom” – Saimone Macuiana, deputado pela Renamo “O chefe de Estado deve falar do que está a acontecer, e o que originou o 01 e 02 de Setembro. Porque continuamos com políticas improdutivas.” – Ismael Mussa, deputado e SG do MDM
Maputo (Canalmoz) – O Presidente da República (PR), Armando Guebuza, vai discursar, na manhã de hoje no Parlamento, sobre o “estado geral da nação”. As bancadas parlamentares, através do Canalmoz, fazem previsões sobre aquilo que o chefe de Estado deverá dizer aos moçambicanos. A oposição (Renamo e MDM) diz que não há condições para que o chefe de Estado considere o «estado da nação» “bom”, enquanto a Frelimo diz esperar ouvir do chefe de Estado uma análise fiel da actual situação do país.
“Estado da nação” é precário
Para a bancada parlamentar da Renamo, na voz do seu relator, o deputado Saimone Macuiana, o informe do chefe de Estado não vai trazer novidade, porque vai contornar a realidade, para dizer que o “estado da nação” é “bom”.
“O chefe de Estado não tem como dizer que o “estado da nação” é “bom”, isso porque, segundo Macuiana, “numa nação em bom estado o governo não manda balear a população que exige os seus direitos”.
“Se o estado da nação é medido pelo bem-estar dos seus dirigentes e o desenvolvimento dos seus negócios, então o PR tem argumento para dizer que o estado da nação é bom”, disse ironizando o deputado da Renamo.
O “estado da nação é bom”
Ao Canalmoz, o porta-voz da bancada parlamentar da Frelimo, Damião José, disse que a sua bancada entende que, em função dos últimos indicadores, há condições suficientes para que o chefe de Estado afirme: “O estado da Nação é bom”.
“Há uma expectativa muito grande em torno da informação que o chefe de Estado irá dar à nação, porque sabemos que será a avaliação do pulsar da nação”, disse o deputado do partido no poder.
Damião disse ainda que, não obstante os “avanços”, “há desafios que se impõem ao Estado”. “Há a questão do HIV/SIDA, a malária, a corrupção e a melhoria dos serviços básicos”.
Esperamos ouvir do PR sobre o fracasso da luta contra a pobreza
Por seu turno, o deputado do MDM, Ismael Mussa, disse que há uma grande expectativa em relação ao informe do chefe de Estado, tendo em conta os últimos acontecimentos. Ismael Mussa fala de um 2010 “muito conturbado” e refere que o chefe de Estado não tem como não falar desses aspectos. Lembrou, por exemplo, a questão das políticas de luta contra a pobreza absoluta, na qual, segundo Mussa, seria importante que o chefe de Estado dissesse aos moçambicanos o que está a acontecer, sobretudo com a Agricultura “onde apenas mudam os ministros mas a produção continua a ser uma lástima”.
“O chefe de Estado deve falar do que está a acontecer, e o que originou o 01 e 02 de Setembro. Porque continuamos com políticas improdutivas”, disse o deputado.
Aquele parlamentar falou ainda das medidas de contenção que continuam a não ser claras. “Numa altura como esta, o chefe de Estado sairia a ganhar se não trouxesse um discurso feito por assessores, mas sim um discurso mais realista e que reflecte a visão do povo”.
Ismael Mussa disse ainda que o facto da bancada da Frelimo ter reprovado a ida do Governo ao parlamento, para dar esclarecimentos em relação à questão “WikiLeaks” deixa Guebuza “sob pressão”, e “todas as atenções agora estão viradas para o chefe de Estado”.
Armando Guebuza é uma das figuras mencionadas nos documentos secretos da Embaixada dos EUA em Maputo, divulgados recentemente pelo website Wikileaks. Pode ler os referidos documentos, na íntegra, traduzidos pelo blog mashamba, em: http://www.canalmoz.com/default.jsp?file=ver_artigo&nivel=1&idRec=9300&id=25 .
(Matias Guente)
CCTV shows autistic pupils pushed, pinned to walls and sitting in vomit
-
Police have said staff will not face action over abuse of autistic children
shown in videos leaked to the BBC.
37 minutes ago
No comments:
Post a Comment