Wednesday 21 July 2010

Escoamento do carvão de Tete: Desafio logístico exige parcerias

A SUPERAÇÃO dos constrangimentos logísticos para o carvão de Moatize, na província de Tete, passa por uma conjugação de esforços entre as empresas operadoras e o Governo com vista à construção das infra-estruturas necessárias para o efeito. Maputo, Quarta-Feira, 21 de Julho de 2010:: Notícias
Esta posição foi defendida ontem no decurso da conferência internacional sobre carvão mineral que decorre até hoje, juntando mais de 200 individualidades, entre especialistas da indústria de carvão, de ferro e aço, infra-estruturas de transporte e outras áreas ligadas ao sector.

Tendo em conta o potencial, bem como o calendário de exploração e exportação do carvão tudo mostra que as infra-estruturas actualmente existentes não irão responder, a curto e médio prazos, às necessidades de escoamento daquele mineral, numa altura em que se assiste a uma verdadeira corrida de investimentos para a extracção daquele recurso energético.

Os operadores de carvão consideram que Moçambique está numa posição privilegiada, sendo que a conquista do mercado depende muito da competitividade dos seus recursos e da sua mão-de-obra, bem assim das infra-estruturas de escoamento.

Casimiro Francisco, presidente da Associação Moçambicana para o Desenvolvimento do Carvão Mineral (AMDCM), depois de reconhecer que os problemas logísticos e infra-estruturais são uma limitante ao sector do carvão, manifestou que a agremiação pretende apoiar o Governo no desenvolvimento de alternativas para a saída daquele recurso energético estratégico.

“A Riversdale está a estudar a navegabilidade do rio Zambeze, mas a linha de Nacala pode ser um alívio, dado que pode transportar entre 30 e 50 milhões de toneladas, tendo em conta as condições do porto local que é de águas profundas”, sublinhou Casimiro Francisco.

A questão das infra-estruturas também dominou parte da intervenção da Ministra dos Recursos Minerais, Esperança Bias, para quem os empreendimentos localizados na vizinhança de Moatize beneficiarão de algumas infra-estruturas já existentes, tais como fornecimento de energia eléctrica, estradas e a linha de férrea de Sena que liga aquela região mineira e o porto da Beira. Porém, embora esta linha-férrea seja a solução a curto prazo para o escoamento do carvão, ela terá limitações de capacidade para escoar as várias dezenas de milhar de toneladas de carvão que se prevê venham a ser produzidas dentro de cinco anos.

Bias também entende que haverá que encontrar outras formas para o escoamento do carvão que complementem as infra-estruturas já existentes. Acrescentou que Moçambique deverá tirar partido da actual conjuntura de mercado favorável a nível internacional para valorizar uma das suas principais riquezas naturais, como contributo para o desenvolvimento económico e social do país e combate à pobreza absoluta.

Ainda no dia de ontem, a conferência internacional sobre carvão abordou, entre outros temas, assuntos relacionados com os últimos desenvolvimentos sobre o jazigo de Benga, a visão geral no sector mineiro em Moçambique e o panorama geral da indústria global do carvão.

Constitui um dos principais objectivos do evento, co-organizado pela International Mining and Metal Series e a Status Consultores de Comunicação, posicionar Moçambique no mercado global do carvão.

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