Itai visita Quelimane com galochas nos pés

Foi necessário a edilidade abrir os seus cofres e de lá retirar algum valor
para a compra de galochas, para fazer face a visita que o Governador da
Província, Francisco Itai Meque, está efectuando desde esta segunda-feira
a esta cidade. Com o actual cenário, Itai teve mesmo que aceitar usar
galochas, porque caso não, nem sequer chegaria aos bairros onde
pretende. E quanto custa um par de galochas para o bolso do cidadão?

· E Pio Matos, diz que o desejo não tem caminhado junto com as capacidades no terreno

Quelimane (DZ) -Depois de um adiamento supostamente protagonizado pelo edil de Quelimane, Pio Matos, finalmente o Governador da província da Zambézia,
Francisco Itai Meque, iniciou na manha desta segunda-feira a visita a cidade de Quelimane, capital provincial da Zambézia.
A visita segundo o que constatamos, enquadra-se na governação aberta que tem vindo a ser efectuada pelo chefe do executivo da província.

Acompanhado por membros do seu governo província, Itai Meque, iniciou a visita, escalando diversos departamentos que compõem a edilidade e ate foi a Assembleia
Municipal (AM).
Dai, chegou a hora do encontro para que o Conselho Municipal de Quelimane (CMQ), e Assembleia Municipal, dissessem algo em forma de informe.
Foi a partir dos informes que Afonso Joao escondeu os problemas.

Com uma sala composta por membros do governo, vereadores e também membros da AM, quer
dizer os da Frelimo e da Renamo, Afonso João, Presidente da AM, subiu ao pódio, mas desta vez esqueceu-se de tudo o que andou a falar diante da comunicação social,
em volta do funcionamento da edilidade. Lembrar que neste jornal, trouxemos diversas abordagens deixadas pelo sr Afonso João, contra o edil de Quelimane, mas neste seu informe apresentado por ocasião da visita do Governador a cidade de Quelimane, o presidente da AM, “escondeu” os problemas graves com que os membros da AM passam no seu dia-a-dia.
Indo ao fundo do informe, o presidente da AM disse que o problema salarial já não é
problema, visto que a edilidade está resolver. Mas mesmo assim, não diz quanto foi liquidado em termos salariais, visto que pelas contas que ele próprio havia deixado ao domínio público, eram cerca de onze meses, sendo sete do ano passado e três deste ano.
Isto não foi dito pelo presidente da AM, ele centrou-se apenas em dizer que as coisas
estão num nível satisfatório e que ate agora a grande preocupação que tem centra-se no decreto segundo o qual, os membros da AM ao invés de subsídio passam a ganhar salários, mas que ate agora, o edil de Quelimane, não reconhecia. Só que neste
capitulo, o número um da Assembleia Municipal, falou duma forma irónica, tendo dito
que “há pessoas que não reconhecem até agora o decreto que nos dá direitos de
ter salários (…)”-disse o presidente, deixando claro que houve uma “lavagem cerebral”
depois dos seus pronunciamentos.
Por outro lado, a fonte explicou que as instalações onde funciona a AM estão degradadas, dai que necessitam de uma reabilitação urgente, para que haja comodidade.

Já no seu discurso, diga-se finalmente que o edil vem com papéis para ler, este disse que nem sempre o desejo é acompanhado com as capacidades.
No seu informe, o edil de Quelimane, Pio Matos, reconheceu os problemas das
estradas da cidade de Quelimane. Mas para não ficar sozinho com a culpa, Matos disse
que o governo central deve fazer algo para esta cidade, no sentido de tirar deste estado. O edil, foi mais longe ao afirmar que já no segundo ano do mandato (o terceiro), ainda não se pode falar de progresso nesta área de estradas da cidade,
porque caso contrário seria bajular os munícipes que diariamente passam por diversas situações.
Outro assunto que o edil não quis deixar de lado, são os vendedores informais, que na óptica do presidente, perturbam o funcionamento normal da postura municipal, dai que urge necessidade encontrar saídas para que todos interesses sejam conciliados.
Para isso, o edil avançou medidas de diálogo permanente com os vendedores para que estes abandonem os actuais locais onde vendem para se dirigem aos mercados.

Depois de ouvir tudo, quer da AM assim como do CMQ, o Governador da Zambézia, Francisco Itai Meque, começou por elogiar os esforços que tem vindo a serem envidados
pelos órgãos autárquicos na cidade, dai que na óptica do Governador, isto revela que há interesse no trabalho. Mas mesmo assim, Itai Meque não perdoou os órgãos municipais, tendo dito que “não se pode andar no mar de lamentações, porque se vocês foram votados é para resolverem os problemas dos munícipes”-desafiou Itai.
Por outro lado, o governador fez saber que a questão das estradas de facto não deixa ninguém sossegado, dai que há um enorme esforço no seio do governo para que pelo menos ate Setembro deste ano.
Um outro aspecto que Itai não quis deixar de lado, tem a ver com o pagamento dos salários. Aqui, o Governador disse que quanto ao cumprimento do decreto, tudo já foi
sanado e o edil já foi alertado que os salários devem ser pagos segundo manda a lei.
Neste capítulo, basta lembrar que o edil de Quelimane, sempre disse que não iria pagar os retroactivos aos membros da AM, porque segundo ele, este pagamento só entraria em vigor depois de aprovado pela AM local. E agora?
Refira-se que a visita do governador a cidade, termina na próxima quarta-feira, portanto é de três dias. (AZ)