Monday 31 May 2010

A Opiniao de Fijamo jr.

Fijamo said...
Quelimane acorda em caos!!!!

Grande parte da vida de muitos cidadãos zambezinos foi feita no Mercado Central e do Aquima. Naqueles espaços de venda informal ao ar livre (seja nas bermas das estradas ou não), as pessoas construíram amizades, partilharam conhecimentos e “fofocas”, promoveram intercâmbios culturais, atingiram novos status sociais. A transferência deles irá significar o fim de uma história comum e de muitas vivências memoráveis para aqueles que sempre tiveram no mercado a base da sua sobrevivência.
A carismática Dona Berta, 61 anos, viúva, mãe e avô, que vende refeições a vários funcionários público e nao só que devido ao horário e a distância que lhes separa das suas residencais aos seus postos de trabalho, optavam por tomar uma boa sopa de feijão, uma caldeirada de cabrito, um água e sal de galinha cafreal com uma boa xima, um água e sal de quiabo com camarão, ou uma feijoada com côco, enfim... é uma das mais inconformadas. “Dizem que o mercado da FAE é o local mais condigno, mas nós não queremos ir para lá. Não dá. Os nossos clientes estão aqui, estamos habituados a trabalhar aqui. Olhem que os nossos filhos dependem do negócio que fazemos aqui”, argumenta.
Por outro lado, os vendedores alegam que a área da FAE é muito inferior à dos Mercados Central e do Aquima. O mercado da FAE é muito distante e nem todos os vendedores vão conseguir reservar um lugar lá”, remata a Dona Berta, que vende refeições no Mercado Central há quatro anos.
Dona Dona Berta, mãe de sete filhos, revela com alguma mágoa que “depois da mudança vou descansar. Na minha idade já não dá para ir para na FAE”.
Contra - Ataque…
Num certo sentido tais reacções são naturais. É sabido que a maioria dos vendedores do Mercado Central e outros espalhados pela cidade de Quelimane e arredores tem uma grande resistência para exercer as suas actividades dentro dos mercados oficiais. Por um lado, eles preferem vender em espaços abertos que favorecem uma maior circulação de clientes. Por outro, os mercados oficiais dificultam a fuga ao fisco.
A verdade é que a distruiçao das aludidas barracas não foi propriamente uma surpresa. A notícia começou a circular de boca em boca desde o ano passado e acentuou-se neste.


… E outros conformados
Outros vendedores, todavia, já estão conformados com a situação. Foi o que disse António Trinta, 45 anos de idade, vendedor de colchões e almofadas há 5: “Senhor “Nós não podemos fazer nada, temos de aceitar o que o Governo determina.” O mesmo estado de espírito é testemunhado por Mariade Fátima, 52 anos, que vende bens alimentares há oito: “Dizem que as condições de lá são melhores do que as daqui. Se isso é verdade nós estamos dispostos a ir. Paciência!” “Lamentamos a atitude do nosso pai Pio Matos... Votamos nele e hoje apunhalou-nos pelas costas,” concluiu Trinta.
Ate ao momento em que vos enviu este comentario, haviam ainda aqueles que resistiam, reerguendo as suas barracas em desafio as autoridades municipais.

28 May 2010 13:54

3 comments:

Antonio Alfaiate said...

O estomago falou mais alto que as balas de borracha, os tiros, o gas lacrimoginio, os blindados, os capacetes verdes.

Nharugue said...

Segundo o DZ, os comerciantes voltaram aos passeios. Qual sera o passo a seguir do CMCQ?

Um assunto extremamente delicado.

Franklim said...

Nao concordo com o articulista ao nos trazer comentarios de uma senhora a choramingar pelo facto de nao mais puder vender refeicoes nos passeios. Sera que esta pratica de venda de refeicoes a asta publica é licito? Sera que o articulista sabe das consequencias desta pratica? O resto estou de acordo.