Friday, 28 May 2010

"O General Onambwe sabe onde esta Nito Alves", diz sobrevivente do 27 de Maio

Luanda - Depois de, na semana, passada, Miguel Francisco "Michel", ter revelado pormenores sobre o "campo de extermínio", onde, por altura da caça aos bruxos "nitistas", ocorreram assassinatos ao estilo nazi, o sobrevivente do 27 de Maio, aponta nomes sonantes que na sua óptica, estiveram envolvidos na chacina.
Instado em termos de hierarquia, para apontar culpados pela chacina que visou reprimir o 27 de Maio, o sobrevivente que falava ao Jornal Angolense, referiu que " essas pessoas que vou apontar tiveram mesmo implicação em tudo isso, não acho, tenho a certeza, não tenho o medo. Você acha que o Onambwe não participou da repressão? Foi ele um dos mentores dessa matança toda, ele sabe onde esta o Nito Alves, o General Onambwe sabe onde esta" disse
"Alias o Iko Carreira antes de morrer disse, O Ndunduma não tem culpa nisso tudo enquanto jornalista ao fazer aqueles artigos todos dizendo 'é preciso bater no ferro quente', ainda por cima é deputado" disse interrogando para si mesmo "Miguel de Carvalho 'Wadijimbe' é inocente? Não matou pessoas? Não
esta ai? não é vice Ministro, essas pessoas tem de ser responsabilizada" advertiu.
Na mesma entrevista, o interlocutor que conheceu pessoalmente Nito Alves descarta a hipótese de ter havido tentativa de golpe de estado naquele ano.
"Não acredito que seja golpe. Um golpe de estado clássico ou não, como alguns defendem, geralmente é feito em um secretismo profundo, nessa altura, era visível o que iria acontecer"
Segundo Michel "se quisessem evitar que o golpe se efectivasse teriam conseguindo. O 27 de Maio foi um movimento que arrastou o pais todo".
Ainda assim, a vitima que hoje dedica-se a actividade de advocacia depois de se ter formado anos mais tarde justifica-se dizendo que "o segundo motivo é que as divergências no MPLA são de fundo, esta é a minha visão, mesmo aquelas pessoas que aderiram ao movimento contestatário contra Lúcio Lara e não contra Agostinho Neto, é um falso problema falar em elitismo e em nitismo, é mentira. O adversário de Nito Alves tinha um rosto, era Lúcio Lara".
"O que fez com que o pensamento de Nito Alves ganhasse tanta aderência foi o problema de liderança. Quem deve controlar o processo revolucionário em curso em Angola, a maioria ou minoria? Ninguém me aldraba, esse foi o problema" salientou Michel adiantando que "o 27 de Maio tanto podia surgir naquela altura como tal comunismo, esquerdismo e Marxismo a mistura, como podia surgir em outra perspectiva sócio económica e politica. Isso não é racismo, pois este estava camuflado no outro lado" desabafou.
Fonte: Jornal Angolense - Em 08 de Junho de 2006
Extraido do Moambique para todos

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