Tuesday 25 May 2010

Crónica da Europa de: António Nametil Mogovolas de Muatua

PORQUE NA SUÍÇA SE PAGA A EXCELÊNCIA NA QUALIDADE, O CARO É BARATO... (2)

A população suíça é composta por 7,8 milhões de habitantes, vivendo numa área de
41.285 Quilómetros Quadrados. Se dividirmos a superfície de Moçambique,
que é de 784.090 Quilómetros Quadrados pela área ocupada pela Suíça, diremos que este país helvético cabe 18,9 vezes no nosso país. Mas se compararmos que o PIB per capita dos 21 Milhões de habitantes de Moçambique, que ainda não ultrapassou
os 500,00 Dólares dos Estados Unidos e que este mesmo indicador macroeconómico
da Suíça é de US$ 43.196,00, podemos grosso modu afirmar que somos 86.3 vezes menos
ricos que os suíços. E esta constatação me entristece, sobremaneira, porque o
nosso país tem tudo o que a Suíça tem e mais muita coisa que aquele riquíssimo
país europeu helvético não tem e nem tem condições para possuir. Nós temos
abundante riqueza potencial ainda inexplorada, tal como peixe no mar que
a ninguém serve. Mas o Japão e os outros países desenvolvidos, tal como a
Suíça já têm, aquilo que o então Presidente Chissano uma vez disse, o
petróleo do Século XXI, que é o domínio da Ciência e da Tecnologia. Neste
mundo cada vez mais e sempre globalizado, o país que dominar bem estas duas ferramentas tem o mundo a seus pés e, consequentemente, é rico e
desenvolvido, porque riqueza não significa necessariamente desenvolvimento sustentável e irreversível. Então querem concordar comigo que Moçambique precisa de,
também, a par dos esforços que vem bem fazendo em prol do seu crescimento apostar pacientemente e forte no Homem se quiser, a breve trecho, atingir o almejado e merecido desenvolvimento para o seu povo e país.
No começo deste apontamento eu afirmava que na Suíça tudo é pago e é caríssimo, mas importa dizer, de forma mais esclarecedora, que naquele país a excelência e a eficiência na qualidade dos produtos e dos serviços queutilizamos não é barata. A pontualidade dos transportes públicos custa bom preço. As telecomunicações de alta
fiabilidade são pagas pelo seu excelente qualidade – 2 minutos de conversa ao
telefone celular de Genebra para Genebra custaram-me 165, 00 MT. Os impostos são elevados porque as contrapartidas de benefícios prestadas a todo o cidadão pelo Estado são igualmente muito boas. Portanto, quase que ouso dizer que é atrevimento
excessivo dizer que a vida na Suíça é cara. Também não é barata. Mas se eu quero consumir um bom produto final terei que pagar o que ele realmente e de facto vale. Por exemplo, as estradas suíças são super-excelentes, mas para que elas tenham este padrão de qualidade o Estado tem gastos e custos com a sua permanente manutenção
preventiva. O Estado suíço prioriza a manutenção preventiva das estradas. E todo este serviço preventivo tem elevados custos que devem ser pagos pelos seus usufrutuários. Daí que, talvez, seja algo falacioso afirmar que a vida na Suíça é cara. Um bom país, tal como uma boa camisa, tem um preço compatível com essa mesma boa qualidade expectada e exigida pelo seu consumidor final, que, neste caso, é o
cidadão suíço.
Em todos os manuais de Geografia Económica encontramos esta inegável referência que nos diz o seguinte: a Suíça, está situada na Europa Central,onde faz fronteira com a Alemanha a norte, a França a oeste, a Itália a sul e com a Áustria e Liechtenstein a leste. A Suíça é um dos países mais ricos do mundo. Zurique e Genebra estão
classificadas como as cidades com melhor qualidade de vida no mundo, estando em segundo e terceiro lugar respectivamente naquele ranking mundial. A Suíça é um país sem costa marítima e é apenas banhada em toda a sua extensão pelo Lago Leman. O
território deste país é geograficamente dividido entre o Jura e os montes Alpes
do qual falei na minha primeira crónica.
É no Jura, que é o planalto (plano alto) suíço, no qual se concentra a maior
parte da população e onde estão implantadas as maiores cidades, de entre elas as duas já citadas cidades globais, internacionalistas, cosmopolitas e hospitaleiras, verdadeiros centros económicos muito dinâmicos, Zurique e Genebra. (x)

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