Sunday, 11 April 2010

“Se o jornalismo é seguir agendas nao vamos longe!

Se o jornalismo é seguir agendas “Humm, assim não vamos longe”
· A propósito do dia do jornalista celebrado este domingo Arlindo Mustafa, jornalista da RM

-Sérgio Mamudo, RM Relegamos o povo e andamos algemados aos
políticos


Quelimane (DZ) - Muitas vezes, a classe jornalística no país, corre atrás de comunicados de imprensa, desmentidos do fulano, ou da instituição “X ou Y”.
Há vezes também, não poucas, refira-se isso, que a classe jornalística fica amarada a agendas políticas.
Foi assim que o considerado decano do jornalismo na Zambézia, Arlindo Mustafa, da
Rádio Moçambique, começou a falar a propósito do dia do jornalista celebrado ontem.
Na mesma ocasião, Mustafa disse que actualmente a classe jornalística corre mais atrás dos governantes, deixando de lado o seu verdadeiro papel de serem porta-vozes da população, que não consegue estar próximo dos governantes e muito menos expressarem-se. “Penso que devemos fazer uma reflexão em volta disso, porque, o
acontece actualmente só deixa cair lágrimas”- disse Mustafa.
Questionado se estas algemas que estão nos braços dos jornalistas não foram postas
pelos governantes, Mustafa disse não acreditar muito nesta teria, porque segundo ele, “a nossa lei de imprensa ainda dá espaço de manobra aos jornalistas, só que
estes nem sequer usam-na, dai que ficam algemados a espera de comunicados de imprensa, desmentidos ou mesmo viagens governamentais”-concluiu a fonte.

-Jorge Marcos
Para Jorge Marcos, jornalista da STV na Zambézia, o que falta nesta classe por um lado é a criatividade. Mas também, Marcos não parou por aqui, sublinhou também que “muitas vezes os jornalistas ignoram os assuntos da população”-disse. A fonte disse também que o problema das estradas de Quelimane, falta de água por exemplo nos distritos, são problemas que deveriam ser atacados constantemente, mas isto não acontece.
Num outro desenvolvimento, a fonte acrescentou que os jornalistas eles próprios deveriam ter agendas, mas que em muitos casos não acontece.
-Sérgio Mamudo, RM
Sérgio Mamudo, jornalista da RM, diz que o país tem vindo a registar números elevados de órgãos de informação nos últimos anos. Só que na visão de Mamudo, este
crescimento de órgãos, não é acompanhado pela qualidade do produto final que ‘e trazido para a sociedade. A fonte sustenta que falta muita investigação no seio dos
jornalistas, razão pela qual, o trabalho que o público recebe não é consumível em bom estado. Ou seja, na óptica daquele jornalista da RM, se o trabalho jornalístico chega para o consumo da sociedade, então não levanta debate.
Isto, de acordo com a nossa fonte, deixa cada vez mais descredibilizado a classe jornalística.
Todavia, Mamudo não para por aqui, este diz que por um lado, também existe uma autocensura nos órgãos de comunicação do sector público.
Mas isto na visão daquele jornalista tem explicação. Os jornalistas do sector público, muitas vezes não tem agenda nas suas redacções e dai esperam ouvir ou serem
chamados pelos políticos. “E o que se espera depois dai? ”-questiona Sérgio Mamudo, para logo em seguida responder-se: “Quem assim não fizer, ou seja, o jornalista do sector público que não seguir agendas do sistema, já sabe que risco corre”-sentenciou.
Nesta sua abordagem, a fonte diz que os órgãos independentes deveriam desempenhar um papel chave, trazendo assim assuntos que sirvam para o debate da sociedade.
Só que na sua visão, estes independentes também viraram dependentes, o que não lhes
permite que façam um trabalho serio para o benefício das populações.

Os nossos entrevistados, todos eles, dizem que é preciso mostrar seriedade na comunicação social e sobretudo que os próprios jornalistas sejam activos e que
abordem assuntos da população.
Mas para que isso aconteça, as nossas fontes, aconselham a classe jornalística que seja mais acutilante, séria e sobretudo que tire abra as “algemas” políticas e trabalhe para o bem da população. (Diário da Zambézia)

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