EUA nomeia 'barões da droga' na Guiné Bissau

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos acusou esta quinta-feira o Chefe de Estado Maior da Força Aérea da Guiné Bissau Ibraima Camará e o antigo Chefe da Marinha, o contra-almirante Bubo Natchuto, como barões da droga internacionais.
A acção inclui ainda a proibição de americanos terem qualquer tipo de ligações comerciais ou financeiras com aqueles dois militares guineenses, e o congelamento de quaiquer bens que eles possuam nos Estados Unidos.
"A acção de hoje sublinha o papel pernicioso que a corrupção relacionada com o tráfico de drogas desempenha na África Ocidental, especialmente na Guiné Bissau" , disse num comunicado o director do Controle de Bens Estrangeiros do Tesouro dos Estados Unidos, Adam Szubin.

Golpes
A medida americana segue-se a à recente tentativa de golpe na Guiné Bissau, na qual esteve envolvido o contra almirante Bubo Natchuto. Ele foi igualmente acusado de uma outra conspiração para derrubar o governo em 2008 e foi entregue ao primeiro ministro Carlos Gomes Júnior para julgamento.

Mais tarde, Natchuto fugiria para a Gâmbia, donde regressou o ano passado, seguindo-se o seu refúgio na sede das Nações Unidas, em Bissau, por alegamente temer pela sua segurança.
Ele seria 'libertado' por um grupo de militares liderados pelo vice-chefe do Estado Maior das Forças Armadas, António Indjai, durante a intentona de 1 de Abril.
A Guiné Bissau, um dos países mais pobres do mundo, é considerado o maior entreposto para as drogas provenientes da América Latina com destino à Europa.
Enquanto isso , o chefe da missão da União Europeia para a Reforma do Sector de Defesa e Segurança da Guiné Bissau, Juan Esteban Verastegui, classificou esta quinta feira, a intervenção militar do dia 1 de Abril como um acto criminoso.
BBC – 08.04.2010