Monday, 5 April 2010

Distrito de Boane: Administradora distrital denuncia clientelismo nas instituições públicas

Maputo (Canalmoz) – O clientelismo está a afectar o desempenho das instituições públicas no distrito de Boane, província de Maputo, prejudicando os cidadãos e homens de negócios que a elas recorrem à procura dos serviços prestados. Esta opinião foi manifestada pela própria administradora do distrito de Boane, Cremilda Almeida, na apresentação de um relatório do desempenho do seu Executivo. Cremilda Almeida disse que nas instituições públicas daquele distrito existem indivíduos considerados da “elite e intocáveis”, que promovem os seus amigos e familiares com base no tribalismo e no regionalismo.
A administradora condenou a actuação dessas pessoas, não tendo feito referência aos seus nomes, nem mesmo aos postos que ocupam, mas disse que a situação está a afectar o desempenho das instituições públicas locais, desestabilizando o trabalho dos demais funcionários e, por inerência, a produtividade dos órgãos locais.
De acordo com o relatório apresentado pela administradora, o clientelismo representa um grande obstáculo para a governação do distrito, pois alguns chefes privilegiam os seus amigos e familiares na atribuição de tarefas essenciais, mesmo que estes não estejam capacitados para desempenhar tais funções.
Para combater o tribalismo e o regionalismo, o relatório do Governo distrital de Boane propõe acções de promoção da unidade nacional, com vista a consciencializar as pessoas nas instituições sobre a desvantagem do tribalismo e do regionalismo na luta pela soberania do povo.



Outros obstáculos

Para além do clientelismo, o relatório da administradora de Boane aponta como outros obstáculos para o desenvolvimento do distrito o elevado custo dos insumos agrícolas, o aumento de casos de sida e a insuficiência de recursos para a manutenção das vias de acesso.
Refere-se também ao aumento de conflitos originados pela ocupação de terra naquele distrito. Para enfrentar esse problema, o Governo propõe a divulgação da Lei de Terras, e do seu regulamento e a fiscalização da atribuição dos DUATs, afim de reduzir os caso de conflito e colocar as pessoas a par da penalização, em caso de venda ou compra de terra.

(António Frades)



2010-04-05 06:15:00

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