Tuesday 9 February 2010

A Opiniao de Machado da Graca

Caro Justino,
Espero que estejas de saúde. Do meu lado tudo bem.
Queria hoje falar-te de uma coisa que há bastante tempo me preocupa.
Como moro relativamente perto do Museu de História Natural passo, quase todos os dias, em frente às barracas do Museu.
E, ao longo dos anos, fui vendo as árvores do passeio do meio a serem assassinadas à custa da urina de condutores e passageiros dos chapas que
ali estacionam. Algumas delas apodreceram completamente e tiveram que ser abatidas.
Colocaram lá outras mas a sua saúde não será muita porque continuam a ser regularmente “regadas” como foram as anteriores.
Ora tudo isto se passa em frente de um pequeno edifício que, creio, será um sanitário público. E digo que creio porque, há meses e meses, talvez há mais de um ano, que o tal pequeno edificio está totalmente tapado com plásticos que não permitem ver, pelo menos para quem passa de carro, o que lá está dentro.
E eu pergunto: Para que se construiu aquilo ali e depois se deixa passar este tempo todo sem lhe dar o devido uso?
Ainda na mesma área de preocupação, soube que o grupo Juntos Pela Cidade, ou algum dos seus deputados a título individual, se ofereceu para
construir sanitários públicos, à sua custa, em vários pontos da cidade. O Conselho Municipal só teria que indicar os sítios onde eles poderiam ser
construídos.
Pois, ao que parece, o Conselho Municipal nem sequer respondeu à oferta.
Não te parece estranha esta forma de actuar?
Por que será?
No segundo caso espero que não seja apenas por não ser uma iniciativa do Conselho, isto é, da FRELIMO, e sim do Juntos Pela Cidade.

No primeiro caso nem essa desculpa bizarra eu encontro.
Ter-se-ão esquecido de que construíram aquilo ali?
Ainda não terão encontrado uma personalidade “condigna” que queira lá ir dar uma mijadinha inaugurativa?
De qualquer forma o tempo vai passando as árvores continuam a ser regadas de urina, o cheiro é o que tu podes imaginar e ali está aquele autêntico
monumento ao dinheiro dos contribuintes gasto inutilmente.
Em relação à oferta do JPC, creio que era tempo de alguém se deixar de pruridos e dar andamento ao assunto. Milhares de bexigas de citadinos
agradecem muito que medidas sejam tomadas.
E, já que estamos a falar de coisas da cidade, queria-te falar de uma entrevista que ouvi na RM ao responsavel pelo pelouro das infra-estruturas, o Sr. Macaringue.
Parte do tema da entrevista era o facto de a baixa da cidade se ter, mais uma vez, inundado com a última grande chuvada.
Se bem percebi, o problema não pode ser resolvido porque aquela parte da cidade está um pouco abaixo da zona mais perto do mar e, portanto, a água não escorre. Mas posso ter compreendido mal que o assunto parece complexo.
Mas lembrei-me da Holanda, que tem uma parte muito considerável do seu território abaixo do nível do mar. E que consegue mantê-lo seco o tempo todo, à custa de diques e bombagem das águas.
Não seria de pedir apoio aos holandeses no sentido de darem umas sugestões sobre a forma de resolver o nosso problema? Eles já andam a resolvêlo
há séculos, mesmo sem as tecnologias actuais.
Porque a conclusão da entrevista foi que não há nada a fazer e, sempre que houver chuva acima do normal, teremos de novo a baixa inundada.
Pareceu-me que o vereador Macaringue estava a desistir, a deitar a toalha ao chão.
E a ideia que eu tenho dele não é de quem desiste. É de quem leva as coisas para a frente.
Um abraço para ti do

Machado da Graca