Thursday 21 January 2010

POEMA DA NEUSIA?

Recebi via mocambiqueonline um poema interessante, ao que me parece da autoria da Neusia! Corigiam-me se ela nao for a autora! MA
Epístola Drummondiana ao Pinóquio

E agora, Zé?
Que os dias nascem raquíticos e sem requinte
E as mamanas continuam a ser devoradas pelo sol matinal da mafalala
O que te posso dizer agora, Mestre
Senão te servir o azedume deste gomo servil das doces
tangarinas de Inhambane.

Tudo já foi dito - e nós entendemos que a democracia
Não é uma dadiva
Apenas uma divida nacional encomendado
Nas mesas fartas do club de paris.

Então como resistir ao exôdo diário das ramelas das nossas fomes
Convertido em bolor para uma burguesia rafeira
A encher os serões hollywoodesco da tarde?
Nada disso,
O nosso futuro é perecível
Porque a nossa fome é fartura dalguns.

E agora, Zé?
Agora já não adianta ser tambor
A vida tchaia maningue neste meio dia de incertezas
que nem o ritmo do grito é suficiente
Para a clemencia do pão que nos falta
Nem o silêncio maleável do nosso dedo idelével
Bichando o futuro melhor neste
Presente cada vez pior
Hipnotiza o repetitivismos do nosso quotediano.

É necessário ser espingarda para efeitar o ombro
É necessário ser a boca que vomita borrascas
É necessário ser carvão que arde até última combustão.

E agora, Zé?
Quantas eternidades são prováveis
Nos teus vatecínios que aos poucos vão se tornando falíveis?
Basta de seguir o itenerário de insónias
Basta de nos escondermos no alibi das nossas misérias.

São ou não são falíveis os teus vaticínios
Neste nosso futuro furtivo de noite e dias indigestas?
São ou não são falíveis os teus vaticínios
Neste nosso futuro furtivo de noite e dias indigestas?

Diz – lá Zé
Quantas crianças que nascem e nunca chegam a ser crianças
Quantos velhos envelhecem e nunca deixam de ser crianças
Na busca quotediana da côdea diária do refeitório de hulene?

Lembre-se que somos invesíveis como Ariel
Respiramos o mesmo ar
Temos a mesma boca, umbigo, estômago e miséria
Oh, Zé! eu sei que ainda não entendeste
" a festa acabou//a luz apagou"
E quem te disse que ter boca é ter fome?

Quantos nyamussoros reinventam diariamente
O seu Marketing nos mídias?
Ninguém pediu estes heróis a nada
E Tú não sabes nada
Cidadão do futuro, o teu país ainda não existe
Aqui a esperança vende-se sem bassela
A ignorância vende-se até a arrogância
O ódio vende-se até o desespero
A fome vende-se até a fortuna.

E agora, Zé?

1 comment:

luisnhachote said...

Brother esse poema tem ritmo de José Craveirinha.