Friday, 28 August 2009

Protagonizados durante a visita de Daviz Simango a Gaza Protagonizados durante a visita de Daviz Simango a Gaza




MDM recorre à justiça para impugnar desmandos da Frelimo

Edson Macuácua diz que os indivíduos que vandalizaram o comício do MDM na cidade de Xai-Xai, apesar de estarem vestidos de camisetas do partido Frelimo e ostentarem bandeiras do seu partido, não são membros da Frelimo. Sobre onde teriam obtido aquele material do partido, do qual ele é porta-voz, Macuácua diz que a Frelimo é uma marca, cujos produtos estão à venda em muitas lojas do país. O secretário da Propaganda da Frelimo negara antes, a pés juntos, que os factos reportados eram falsos. Imagens postas a circular à posteriori acabaram por dar azo a estas novas declarações

Maputo (Canalmoz) - A visita do presidente do MDM à província de Gaza foi marcada por momentos conturbados, caracterizados por actos de vandalismo praticados por alegados membros da Frelimo. Pelo menos o que se viu foi que indivíduos ostentando material de campanha do partido no poder, se faziam aos locais onde o MDM realizava os seus comícios, deliberadamente para obstruir os trabalhos deste partido e do seu candidato. Isto ninguém pode recusar; todos os que estiveram presentes nos locais viram, e as estações televisivas o mostraram nos seus serviços noticiosos, inclusive a TVM, a televisão pública.
É por esta razão que o porta-voz do partido liderado pelo engenheiro Daviz Simango, diz que vai recorrer à justiça para exigir tratamento adequado aos autores dos desmandos protagonizados por indivíduos que, até provas em contrário, são de facto membros da Frelimo como tornam irrefutáveis os factos que as imagens não deixam negar.
Falando à nossa reportagem, o porta-voz do MDM disse que durante essa série de desmandos, a delegada do partido na província de Gaza, que é igualmente membro da Comissão Política do MDM, Açucena da Conceição, foi molestada pelos supostos membros da Frelimo, que teriam tentado precipitar a sua viatura num riacho, algures entre a cidade e a Paria de Xai-Xai.
“A Dra. Açucena salvou-se graças à pronta intervenção de agentes da Polícia, que interpelaram o grupo dos membros da Frelimo que perseguiam a nossa delegada aqui em Gaza”, disse José Manuel de Sousa.
E porque as pessoas que chegaram a este extremo de tentar precipitar a viatura da delegada do MDM num rio, foram identificadas, o porta-voz deste partido diz que será apresentada uma queixa crime contra eles e que a mesma será feita através da Liga Moçambicana dos Direitos Humanos.

Não vamos retrair-nos

Questionado se a forte perseguição ao MDM, que tem marcado as suas actuações em diferentes pontos do país, irá fazer com que o partido se retraia na sua actuação politica, José de Sousa respondeu negativamente. “Não vamos desistir de desenvolver a nossa actividade política. Estamos a cumprir com o nosso dever. Dificuldades surgem daqueles a quem a nossa presença constitui um incómodo. Não seremos nós a ceder. Terão eles que admitir que o MDM é um partido que merece espaço para actuar”, disse.

Gaza não é ilha autárquica

Questionado se depois de todas as conturbações que viveu na província de Gaza, o MDM teria coragem de voltar àquela província para fazer campanha eleitoral, cujo início está marcado para o próximo dia 13 de Setembro, José de Sousa disse: “não estamos assustados. Sabemos que os que temem a nossa presença irão sempre procurar confrontar-nos por vias ilícitas, mas nós não recuamos. Voltaremos à província de Gaza para fazer campanha, pois esta não é uma ilha autárquica de Moçambique, é uma província deste país”.


É estratégia de auto-vitimização

Convidado a explicar se é esta a estratégia do partido Frelimo, perseguir outras forças políticas nos seus comícios e criar distúrbios, como se viu na província de Gaza, durante a visita do presidente do MDM, Daviz Simango, o porta-voz e Secretário da Propaganda do partido, Edson Macuácua começou por dizer que aqueles indivíduos que vestiam camisetas da Frelimo e ostentavam bandeiras e dísticos da Frelimo, não são membros da Frelimo.
“A Frelimo distancia-se das acusações do MDM. A Frelimo é um partido que pugna pelo civismo e urbanidade. Pautamo-nos por uma postura de convivência democrática harmoniosa. A nossa abordagem das eleições é de que elas são um momento de festa e de reforço da cultura democrática, pelo que gostaria de deixar claro que não se pode imputar à Frelimo a responsabilidade por actos não praticados pela Frelimo”, disse Macuácua, ao Canamoz.

Usaram camisetas da Frelimo, mas não são da Frelimo

O secretário para a Mobilização e Propaganda do partido Frelimo, ao nível do Comité Central, disse depois o seguinte: “Não confirmo que tais indivíduos que usaram camisetas da Frelimo sejam membros da Frelimo, mas devo sublinhar que a marca Frelimo é uma marca que está na moda e no mercado, e pode ser adquirida por qualquer cidadão, pelo que a FRELIMO não pode ser responsabilizada pelos actos praticados por todos indivíduos que usam camisetas da Frelimo, pois nem todos são necessariamente membros da Frelimo”.

Depois de se defender, Macuácua contra-ataca

“O MDM está a enfrentar indisfarçáveis dificuldades de aceitação nas provinciais, pois só ganha alguma receptividade no seio de alguns dissidentes e descontentes da Renamo, daí que estão desesperados por depararem com a realidade objectiva que revela que há uma distância abismal entre a força aparente e a força real que presumiam que tinham e que encontram no terreno. Daí que eles próprios recorrem maquiavelicamente à táctica de fuga em frente, criando sempre a percepção de que são vítimas de tudo, de todos e de nada, para antecipadamente se justificarem do previsível desaire eleitoral, e adoptam a estratégia renamista de se auto-vitimizar e acusar e culpabilizar sempre a Frelimo pelos seus insucessos e fracassos numa clara tentativa de confundir a opinião pública”.

(Borges Nhamirre)

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