Açucareiras não alcançaram metas de produção
– refere o CEPAGRI
Maputo (Canalmoz) – As quatro açucareiras em funcionamento no País, nomeadamente, Marromeu, Mafambisse e Xinavane e Marragra, não conseguiram alcançar as metas de produção que estavam previstas para o fim do segundo trimestre da campanha 2009, devido a algumas perturbações ocorridas nos primeiros meses do arranque da campanha.
Para o caso da açucareira de Xinavane afirma-se que o não cumprimento das metas se deveu às interrupções no processamento provocadas pelas novas máquinas montadas na fábrica, no âmbito do programa de expansão.
O Centro de Promoção da Agricultura (CEPAGRI), no seu balanço do Plano Económico Social do referente ao período em alusão, refere que mesmo com as perturbações registadas durante os primeiros meses da campanha em curso, as açucareiras continuam optimistas com os resultados previstos.
Com base nas estimativas actualizadas no final do trimestre em análise prevalece a perspectiva de aumento da produção em relação ao ano passado. Para além da Açucareira da Marragra – a primeira a iniciar o processamento de cana, as outras três açucareiras (Marromeu, Mafambisse e Xinavane) indicam que estão a trabalhar no sentido de compensar os atrasos através de aceleração no processamento e/ou prolongamento do período da campanha, se as condições favoráveis também se mantiverem.
Até ao final do segundo trimestre as açucareiras processaram um total de 405.539 toneladas de cana que resultou numa produção de 39.186 toneladas de açúcar e 13.146 toneladas de melaço. Esta produção representou uma redução em relação ao mesmo período do ano anterior de 28%, 37% e 31% na produção de cana, açúcar e melaço, respectivamente. Com esta produção, o nível de progresso da campanha até o fim de trimestre, em relação às estimativas da produção para a campanha 2009, foi de 13%, para cana e melaço e de 10% na produção de açúcar.
Como resultado, as últimas estimativas desta campanha indicam que a indústria irá produzir 3,2 milhões de toneladas de cana, 382.612 toneladas de açúcar e 99.313 toneladas de melaço. Se estas previsões vierem a concretizar-se, a campanha açucareira de 2009 registará um aumento na ordem de 52%, 53% e 28% na produção de cana, açúcar e melaço, respectivamente, numa área 29% maior do que a área cortada no ano 2008.
As previsões do CEPAGRI indicam igualmente que o país estará em boas condições para satisfazer as necessidades do mercado nacional e volumes consideráveis de excedentes para exportação.
Em suma, as três empresas registaram atrasos mas o que se verificou no arranque da campanha na Açucareira de Xinavane, afectou significativamente o progresso da campanha de 2009 cuja produção até ao final do trimestre em análise se situou abaixo da produção realizada no mesmo período de ano anterior. Este atraso foi agravado pelas açucareiras de Marromeu e Mafambisse que também registaram resultados de produção negativos ao atingirem níveis de produção trimestral mais baixos quando comparados com os resultados atingidos no mesmo período do ano passado.
Vendas domésticas
Já no que respeita às vendas domésticas, houve um aumento, embora não significativo, da procura de açúcar durante o segundo trimestre, reflectido num aumento de vendas pela Distribuidora Nacional de Açúcar. Com esta procura, a indústria conseguiu vender um total de 43.268 toneladas de açúcar no mercado doméstico. As vendas, representaram apenas um aumento de 1% em relação ao mesmo período do ano passado.
Exportações
Durante o segundo trimestre de 2009, foi exportado um total de 26.000 toneladas de açúcar amarelo destinado, na sua totalidade, para os mercados preferenciais da União Europeia no âmbito das Quotas Complementares que são adicionalmente solicitadas pelas refinarias. Estas exportações foram valorizadas em 13,7 milhões de dólares que entraram nos cofres do Estado.
Entretanto, estima-se um aumento das exportações para o ano de 2009 resultante dos aumentos previstos na produção de açúcar, sem, contudo, aumentar a procura doméstica.
Está previsto a exportação total de 200.000 toneladas. Em princípio, todo o açúcar será destinado à União Europeia onde existem duas opções no mesmo mercado, nomeadamente, (i) no âmbito do acordo dos APEs (Acordos de Parceria Económica) e (ii) no âmbito da Iniciativa EBA (Tudo Menos Armas).
Com a entrada em vigor do novo regime açucareiro da UE o preço previsto, tanto no âmbito dos APEs como da Iniciativa EBA, é de 336 dólares por tonelada. Se este preço for a vigorar, as receitas de exportação serão de 67 milhões de dólares FOB, isto é, mesmo com o recorde esperado no volume de exportação, as receitas irão baixar devido à redução dos preços na UE no âmbito do novo regime açucareiro.
Impacto da indústria açucareira
O CEPAGRI considera que a indústria açucareira continua a ter um impacto socio-económico marcante, sobretudo ao nível de emprego. Durante o segundo trimestre de 2009, as quatro açucareiras em funcionamento empregaram um total de 25.839 trabalhadores entre permanentes e sazonais, o equivalente a 21.536 postos de trabalho a tempo inteiro.
A expansão da produção de açúcar nesta campanha está tendo impacto positivo no aumento de emprego nas empresas açucareiras. Portanto, para esta campanha, mais 3.000 trabalhadores foram empregues em relação ao mesmo período do ano passado. Além dos trabalhadores empregues directamente pelas açucareiras, há emprego criado por outras empresas ligadas à produção, corte, recolha e transporte de cana.
No capítulo dos preços de açúcar do mercado internacional monitorado pelo CEPAGRI, importa referir que estes têm estado a subir desde o início do ano. A fonte aponta que a principal razão deste aumento tem a ver com a redução da produção mundial na campanha 2008/2009. Portanto, as avaliações actuais de mercado tanto pela ISO – Organização Internacional de Açúcar, como pela LMC, vieram a confirmar o défice de açúcar esperado no mercado mundial, pela primeira vez depois dos sucessivos excedentes que se registaram desde o ano 2004/2005.
(Emildo Sambo)
2009-08-24 05:13:00
Trump says US will impose additional 10% tariff on China
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He also said he would move ahead with 25% tariffs on imports from Mexico
and Canada, which had been suspended.
39 minutes ago
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