Saturday 8 August 2009

Crise Malgaxe: Ratsiraka livre de regressar

O PRESIDENTE da Alta Autoridade de Transição de Madagáscar, Andry Rajoelina, aceitou ontem o regresso do ex-presidente Didier Ratsiraka, exilado há sete anos na França, mas recusou tomar a mesma decisão em relação ao chefe de Estado deposto, Marc Ravalomanana. Entretanto, até ao fecho da presente edição as partes continuavam reunidas para tentar alcançar consensos sobre outras matérias.

A autorização do regresso de Ratsiraka à Madagáscar é considerada como um dos grandes passos concretos em direcção à reconciliação inter-malgaxe, resultante das consultas que decorrem desde quarta-feira em Maputo, sob mediação de uma equipa de internacional, coordenada pelo antigo estadista moçambicano Joaquim Chissano.

No terceiro e penúltimo dia das consultas, o presidente da Alta Autoridade de Transição, Andry Rajoelina, continuava a recusar categoricamente uma amnistia ao chefe de Estado deposto Marc Ravalomanana, considerando que ele deverá enfrentar a justiça, sob acusação de genocídio e abuso de poder.

Até cerca das 00.00 horas, a mediação continuava a tentar ajudar as partes a chegarem a consenso em relação à Carta de Transição que trata, de entre vários assuntos, da criação de um governo de unidade nacional e de um novo parlamento e de quem dirigirá as duas instituições.

As consultas deverão terminar hoje, com uma declaração a ser emitida pela mediação que inclui para além de Joaquim Chissano, designado pela SADC, representantes da Organização das Nações Unidas, União Africana e da Organização Internacional da Francofonia.

O dia de ontem foi caracterizado por intensas consultas entre as delegações dos quatro líderes políticos presentes em Maputo para discutir a crise.

Maputo, Sábado, 8 de Agosto de 2009. Notícias

2 comments:

Reflectindo said...

É que seja como for Ravalomanana foi expulso pelo povo malgaxe, todos nós vimos isso e agora é SADC que o quer regressado para Madagáscar. Não digo que é mau, mas os governantes de SADC têm que assumir que têm uma dupla moral, pois devia ter agido contra Mugabe.

Agora, uma coisa? Parece que querem um GUN em Madagáscar, será que se a Frelimo e Guebuza ganharem as eleicões de Outubro próximo, já que se perderem não há dúvidas que forcarão um GUN em Mocambique?

Viriato Dias said...

O caso do Zimbabué é diferente. Mugabe é um herói para o seu povo e para mim de modo particular: não se vende aos ocidentais e nem se deixam vender.

Um abraço