Tuesday 14 July 2009

A Opinião de Djenguenyenye Ndlovu

SIGAROWANE - Ainda sobre eleições internas

AS eleições internas da Frelimo recentemente realizadas em todo o país sugerem interpretação diversa, mas sublinham a grandeza da democracia dentro partido, onde já não basta o nome. Onde já não bastam os feitos. Feitos de ontem e feitos de hoje para se ser indicado, pela via de votação, a assumir determinada responsabilidade ou representar o partido ao nível do parlamento.Maputo, Terça-Feira, 14 de Julho de 2009:: Notícias
É a força do voto.

Se isto, em termos de democracia, é extremamente importante, por outro lado pode ser de custos pesados para a organização, e no caso vertente há que reconhecer que muitos círculos eleitorais (províncias) ficaram, de alguma maneira, penalizados em termos de capacidades e de experiência. Capacidades e experiência que constituem pedra de toque, se de parlamentares estamos a falar. É que toda a experiência e capacidades sobre esta matéria é ainda pequena, quase nenhuma, que precisa ser aprimorada e consolidada. Nalgumas províncias, o golpe foi duro, mas como diz o ditado, a morte de uma andorinha não acaba com a primavera. E fazendo jus, há, por outro lado, províncias que saíram muito reforçadas e que, sendo votados a deputados e eu acredito que serão em razão dos seus posicionamentos nas listas, serão uma mais valia no parlamento. Poderão resolver, com competência, uma e outra lacuna em razão de não renovação, mas também dizemos: a situação podia ser outra. Podia ser melhor.

Convirá, também, dizer que os resultados das internas da Frelimo lançam um desafio à própria organização, no sentido de pensar nos seus comités provinciais e no voto consciente. No sentido de salvaguardar o histórico da organização.

Na verdade, há pouco mais de uma semana de distância dessas disputas internas, os comentários sobre os seus resultados continuam na ordem do dia. São comentários de gente ligada a política, de gente pouco interessada na política e de gente que só se interessa pela política quando o preço do pão sobe. Isto mostra que as pessoas estão interessadas na vida do País e acreditam que o melhoramento dessa vida depende um pouco dos seus representantes na Casa do Povo. E os representantes dessa gente que podem lá estar num processo transparente desde a base até à eleição a deputado nacional, infelizmente ainda só pode vir de uma só organização, pelo menos que saiba: a Frelimo.

São comentários que admitem que o voto, em determinados comités, foi um voto de mandatos.

É uma opinião.

Nós preferimos e acreditamos que os candidatos a candidatos eleitos são aqueles que naquele momento reuniram mais consensos dos membros dos comités províncias e da cidade de Maputo. Mas apenas naquele momento e não noutro. E em democracia as coisas funcionam assim. Portanto, estamos a dizer que não somos favoráveis à tese de que os afastados perderam as bases. Decididamente não. Os consensos foram num sentido, mas que todos têm as bases seguras.

Eram muitos candidatos e bons candidatos, mas os mandatos eram e são poucos. Isto é um desafio para as organizações políticas no geral e para a Frelimo em particular, no sentido de mobilizar a população para se recensear, que o número de eleitores inscritos determina o número de mandatos por cada círculo eleitoral.

Djenguenyenye Ndlovu

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