Wednesday, 22 July 2009

Nos últimos três anos

Economia moçambicana a um ritmo de crescimento robusto
- Garante a CTA (Confederação das Associações Económicas de Moçambique) que defende que a economia moçambicana continua a crescer entre 4 a 5 por cento, “nível bastante positivo, tendo-se em conta o contexto adverso da economia internacional”.

Maputo (Canal de Moçambique) — Nos últimos três anos a economia moçambicana manteve-se a um ritmo de crescimento robusto, tendo registado uma taxa de 6,8 por cento em 2008. Os sectores que mais contribuíram para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), segundo a indicação da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) foram a Agricultura, com 30 por cento, e os Transportes e Comunicações, com 25 por cento.
A CTA destaca o sector de Agricultura como o que tem estado a demonstrar um forte dinamismo na produção de pequenas unidades agrícolas.
O Comércio contribuiu para o crescimento do PIB em cerca de 10,8 por cento e os serviços financeiros com 9,4 por cento.
“Em termos de composição do Produto Interno Bruto, o sector agrícola tem um peso de 26 por cento, seguido pela Indústria Transformadora, com 14 por cento e os Transportes e Comunicações e o Comércio, com 12 por cento. Tanto o sector da Indústria, como o dos Transportes, são expressivos, devido ao peso da MOZAL”, revela a CTA.
Entretanto, segundo ainda a CTA, em Abril passado, o indicador do clima económico das empresas continuou em queda, situando se em 97.1 por cento e atingindo, deste modo, o nível mais baixo desde Setembro de 2005.
“Este contínuo agravamento da quebra de confiança dos agentes económicos” revela, aponta a CTA, haver um pessimismo entre os agentes económicos, com maior ênfase para os sectores da Construção, Comércio e Transportes. Este agravamento da quebra está em consonância com as expectativas geradas pela recessão económica”, considera a Confederação das Associações Económicas de Moçambique.
Entretanto, segundo ainda indica a CTA, o indicador de expectativas de emprego, que se encontrava em queda desde Novembro de 2008, recuperou ligeiramente de 96.9 por cento para 98.5 até Abril último.

Crise financeira Internacional poderá ter os seus efeitos nos próximos tempos

Segundo ainda revela a CTA, este panorama económico moçambicano corre riscos, pois o impacto da crise financeira internacional poderá fazer-se sentir nas negociações, através de alguma retracção no investimento, queda das exportações e encarecimento do crédito à economia. Contudo, segundo ainda a CTA, esperam-se, por outro lado, efeitos compensatórios que poderão resultar na queda dos preços das matérias-primas, com enfoque para o petróleo e alimentos, podendo resultar em impactos positivos na actividade económica.
Para a CTA, novos e maiores desafios se colocam.
“È preciso que se criem condições para que mais empresas apostem na formalização, como uma base para a competitividade e crescimento”. Revela, ainda, a CTA que o relançamento da economia moçambicana depende, em larga medida, do desenvolvimento de uma capacidade contínua e sustentável, tanto de satisfação da procura interna, como de exportação que não esteja dependente de ciclos económicos ou de oportunidades pontuais.
Para a Confederação das Associações Económicas de Moçambique, o alargamento do mercado deve ser orientado para a procura de destinos alternativos para as exportações em queda e para o aproveitamento das oportunidades dos protocolos internacionais, tal como os da SADC, entre outros, cujos efeitos nas empresas nacionais são ainda incipientes.

Desenvolvimento do sector privado

A CTA defende o desenvolvimento de um sector privado forte, consubstanciado no “empoderamento dos nacionais”. “O tecido empresarial moçambicano é bipolar, caracterizado pela coexistência de um sector formal e um exercício de informais que pratica pequenos negócios que representam 80 por cento da actividade económica nacional”, refere também a CTA.
Para esta confederação económica, o elevado nível da informalização da actividade económica e o baixo nível do emprego assalariado constituem preocupações significativas, para permitir estimular e gerir a economia nacional.

(Alexandre Luís)
2009-07-22 05:45:00

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