Tuesday, 14 July 2009

Facção da Renamo abandona partido e junta-se ao MDM



A Junta Nacional de Salvação da Renamo (JNSR), uma facção da RENAMO, vai juntar-se ao Movimento Democrático de Moçambique (MDM), confirmou esta segunda-feira fonte ligada ao grupo.
A decisão da JNSR, formada maioritariamente por membros da Renamo e que inclui alguns fundadores, surge como forma de apoiar “uma oposição alternativa e idónea” para o país, sustentou Saimone Mutera, porta-voz da JNSR.

“Vimos que estávamos a perder tempo em tentar conciliar o clima de tensão vivido na Renamo desde as primeiras derrotas eleitorais. Já vínhamos apostando no Daviz Simango [actual presidente do MDM] como alternativa para a Renamo, mas a cada dia temos assistido à privatização e ingestão do partido, o que nos fez apostar no MDM”, disse Saimone Mutera, em declarações.

As últimas três derrotas eleitorais da Renamo, os sucessivos adiamentos do congresso nacional e a contínua “falta de gestão democrática” do partido terá pesado para que a JNSR se aliasse ao MDM.

“Achamos que os adiamentos do congresso são sinais claros de que o partido Renamo não está interessado em governar o país. Já que os cérebros da Renamo não estão interessados em continuar a ser marginalizados, também estão a mostrar simpatia pelo MDM”, indicou.

A JNSR que deu a cara publicamente em 2006, nasceu com o objectivo fundamental de protestar contra a alegada intransigência na gestão corrente da Renamo, embora nunca tenha apostado em transformar-se em partido político.

“Vamos juntar-nos a um partido político porque queremos uma oposição muito credível, o que tentamos fazer na Renamo durante todos estes anos da nossa existência. Prova disso é que marcamos uma audiência há três anos com o líder da Renamo [Afonso Dlhakama] e até hoje nunca aconteceu”, indicou.

A gestão antidemocrática da Renamo facilita as vitórias da Frelimo (único partido no poder desde a independência em 1975), acusaram os seguidores da JNSR.

Em breve, disse Saimone Mutera, a JNSR vai oficializar o seu fim, para começar os trabalhos políticos para projectar a figura do MDM à escala nacional, sobretudo em zonas recônditas, onde se localizam os potenciais eleitores.

Em 2006, questionado sobre o assunto, Afonso Dlhakama disse que já tinha ouvido falar e que a Junta eram “três ou quatro” pessoas e que já nem sequer pertenciam ao partido.

Na altura, afirmaram-se da Junta, além de Saimone Mutera, alguns nomes conhecidos como pertencentes à Renamo, como Francisco Tambara (antigo deputado da Renamo) ou Sebastião Chapepa, “Janota”, general e um dos fundadores do movimento.

Saimone Mutera disse que hoje fazem parte da JNSR cerca de 15 mil membros da Renamo, dos quais seis mil na província de Manica.

Moçambique vai a votos dia 28 de Outubro, para escolher o próximo Presidente e os deputados à Assembleia da República e às assembleias provinciais.

Segunda, 13 Julho 2009 18:35 lusa

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