Sexta, 12 Junho 2009 12:33 Redacção O PAIS
Honoris Causa pelo seu desempenho na Arte fotográfica
O décano do fotojornalismo moçambicano Ricardo Rangel faleceu na noite desta quinta-feira, na sua residência em Maputo,
aos 85 anos de idade. Uma paragem cardíaca esteve na origem da sua morte.
Ricardo Rangel foi uma referência na actividade fotojornalística no país e trabalhou em vários órgãos de informação e comunicação. Ao longo de várias décadas desenvolveu uma impressionante carreira no jornalismo fotográfico, que atravessou o tempo do colonialismo e os últimos trinta anos de independência de Moçambique. Rangel entra para o jornal “Notícias” em 1952.
O jornal que lançou Ricardo Rangel e de certa forma ilustrou as suas preocupações foi o “A Tribuna”. A fotografia de Rangel tornou-se mais popularizada depois da independência. O fotógrafo foi um dos grandes responsáveis pelo registo da História Visual do nosso país.
As linhas mestras da fotografia moçambicana contemporânea foram estabelecidas por este fotógrafo que, já no período colonial, conseguia descrever as injustiças e contradições. Ricardo Rangel foi um dos pioneiros na criação do Centro de Formação fotográfica, que se insere na tradição da reportagem clássica dos anos 70, na abordagem de cenas da vida quotidiana. O centro vem estimulando desde sempre um movimento que forma dezenas de fotógrafos. O decano criou uma Associação de Fotografia e dinamizou continuadas mostras e debates. O trabalho do fotógrafo foi reconhecido internacionalmente pelo intervencionismo que o fotojornalista teve na arte de fotografar. Rangel foi nomeado em Outubro de 2008 a categoria de Honoris Causa, pelo seu desempenho na arte fotográfica, pela Universidade Eduardo Mondlane
Perfil
Ricardo Rangel nasceu em Lourenço Marques, actual Maputo, em Fevereiro de 1924. De origem euro-afro-asiática, grande parte da sua juventude passou na casa da sua avó negra e em várias províncias de Moçambique, acompanhando os seus pais que eram enfermeiros. Aimagem fascinava-o desde criança. Na adolescência, empregou-se num laboratório de fotografia como ajudante de câmera escura. Ao entrar para os quadros do jornal “Notícias da Tarde” em 1952, tornou-se no primeiro foto-reporter não branco na colónia. Foi a partir de 1960, já no jornal “Atribuna”, chefe de reportagem fotográfica, que pôs em prática a sua concepção de jornalismo, revolucionando a configuração gráfica dos jornais da época. Em 1970, juntamente com outros quatro jornalistas progressistas, funda a revista “Tempo”, a primeira revista a cores a ser editada em Moçambique. Depois da independência, em 1977, voltou a dirigir e a formar uma nova geração de foto-repórteres. Em 1981, é nomeado director do semanário “domingo” e, em 1983, funda o Centro de Formação Fotográfica.
How many farms will be affected by Budget tax rises?
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Estimates of the number of farms affected range from 100 to 70,000.
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