Wednesday, 8 April 2009

Moçambique/Dinamarca reforçam cooperação na área técnicaMoçambique-Dinamarca:

Em projecção nova modalidade de cooperação

OS governos de Moçambique e da Dinamarca vão introduzir algumas mudanças nas modalidades de cooperação bilateral, uma medida que visa concentrar os recursos financeiros em áreas consideradas vitais.Maputo, Quinta-Feira, 9 de Abril de 2009:: Notícias
Neste contexto, o apoio centrar-se-á em quatro áreas prioritárias, ainda por definir, mas sem prejuízo para as outras que actualmente estão cobertas na cooperação entre os dois países.

Segundo o embaixador do Reino da Dinamarca, Johmmy Flento, a escolha das quatros áreas a merecer destaque no apoio do seu país será da responsabilidade do Governo moçambicano.

Isto não significa que a Dinamarca vai reduzir o volume da sua ajuda a Moçambique. Antes pelo contrário, pretende-se concentrar recursos nas quatro áreas prioritárias, a serem identificadas, o que permitirá mais fundos para essas áreas, disse o diplomata dinamarquês, falando há dias, em Maputo, durante a cerimónia de lançamento do Relatório da Avaliação da Cooperação entre Moçambique e a Dinamarca.

Embora ainda não tenham sido definidas as áreas a serem contempladas no âmbito da nova modalidade de cooperação, é um dado certo de que a área de formação técnico-profissional será uma das contempladas.

Aliás, tanto o embaixador quanto o Ministro moçambicano da Planificação e Desenvolvimento, Aiuba Cuereneia, confirmaram que a formação profissional vai constituir uma das áreas prioritárias.

A Dinamarca está entre os 10 maiores parceiros de cooperação com Moçambique e até ao momento o apoio dinamarquês ao país atingiu cerca de 800 milhões de dólares norte-americanos, 700 milhões dos quais durante o período entre 1992 e 2006, já objecto de avaliação.

A média anual de ajuda dinamarquesa a Moçambique varia entre 75 milhões e 80 milhões de dólares, sendo que cerca de nove milhões se destinam ao apoio ao Orçamento de Estado.

A cooperação bilateral para o desenvolvimento da Dinamarca com Moçambique começou logo após a independência do país em 1975, sendo que o apoio inicial cobria principalmente a agricultura, pescas, abastecimento de água e formação vocacional, assim como algum apoio à reabilitação de infra-estruturas sociais e físicas.

Durante os anos de conflito armado, a assistência humanitária constituía uma parte proeminente do programa de ajuda, mas a partir de 1992 a cooperação com Moçambique mudou gradualmente para os programas de desenvolvimento.

Actualmente esta cooperação centra-se sobretudo nas componentes de apoio financeiro (que inclui o apoio as importações, alívio da divida, apoio à balança de pagamentos e ao orçamento); a agricultura, desenvolvimento rural e pescas; energia; educação; saúde; desenvolvimento do sector privado; gestão ambiental e apoio a sociedade civil.

O relatório hoje lançado analisa a contribuição dinamarquesa no quadro dos esforços gerais de desenvolvimento realizados em Moçambique durante o período 1992/2006.

No cômputo geral, o documento concluiu que a contribuição global da ajuda para o desenvolvimento de Moçambique foi 'positiva'.

A Ajuda desempenhou um papel substancial na reabilitação e subsequente desenvolvimento da economia de Moçambique após o Acordo Geral de Paz de 1992, refere o relatório, acrescentando que a ajuda dinamarquesa deu uma contribuição significativa para a estabilidade política, assim como para o crescimento económico e redução da pobreza.

A avaliação foi realizada por uma equipa de consultores externos da Mokoro, Ltd., empresa baseada no Reino Unido, e da ECORYS, empresa baseada na Holanda.

DAMIÃO TRAPE, da AIM

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