Thursday, 9 April 2009

Mas porquê “caiu” Mote?

Questões políticas, gestão administrativa ou...

Quelimane (DZ) – Este artigo não tem sustentabilidade científica, mas sim, o mesmo
basea-se em factos que o Diário da Zambézia (DZ), foi recolhendo desde a última edição em que versava a substituição da administradora de Namarrói, e que fazia
menção de que Orlando Mote, estava na eminência de ser exonerado. (ver edição 558)
Que Orlando Mote, já não é administrador do Gilé é um facto consumado e já lá vão duas semanas, que pela madrugada, recebeu uma visita cujo o líder era o director provincial para Assuntos dos Antigos Combatentes, Martins Bartolomeu, acompanhado
duma senhora que pelas informações em posse do DZ, desempenhava algumas funções de chefia no Governo da província de Maputo, concretamente no distrito de Namaacha.
Regressou a casa de sempre, Secretaria Provincial, onde são acantonados os quadros
que cessam funções de chefia, principalmente aqueles que já saborearam cargos de chefia nos distritos.

Há exemplos de quadros que estão naquele quartel que não tendo nada a fazer, apenas
jogam cartas (biscas, nome popular). O ex-Secretário Permanente de Pebane, ex-administrador do Chinde, etc, etc. Mote, também está lá e já tem uma secretária para se sentar, porque Gilé era uma vez.
Incidências e percurso
Antes de ser nomeado administrador de Gilé, Mote desempenhou as mesmas funções no distrito fronteiriço de Milange. Em Milange, Mote substutuiu David Manhacha, que deixou o cargo para ascender a chefia do partido Frelimo ao nível da província.
Subida? Parecia que sim. Aliás, Manhacha já foi premiado como melhor administrador da
província nesta governação de Carvalho Muária.
Depois da saida de Manhacha, Mote que desempenhava as funções de Secretário Permanente (SP), subiu, aliás, ascendeu o auge de ser administrador. Mas como neste Governo, “o tempo já não é para andar, mas sim para correr” (sic) Armando Guebuza, Mote era homem de corrida, por isso viram que deveria ir a Gilé para pôr o distrito a correr, porque afinal de contas, José Cherequejane, que era administrador daquele distrito parecia que estava a passos lentos. Aceitou desempenhar as funções, claro, o Mote, e viu Cherequejane regressar a Quelimane. Felizmente, este está encaixado na direcção provincial das Pescas.
Uma fonte que nos tem sustentado nestas matérias, disse que afinal de contas a saida de Mote para Gilé não foi pacífica como se imaginava.
Mais adiante a fonte explica que, a tendência da máquina governativa era sacudir, ou
seja, exonerar das suas funções, ao invés de transferir para Gilé. Estava visto o
princípio do fim do jovem Mote.
Quando Mote foi nomeado administrador de Milange, onde antes era SP, tinha Manhacha
como timoneiro e alguns bem próximos do visado, dizem que ele terá mexido o que não se mexe, ou por palavras mais simples, Mote, foi atrevido demais (como razão)?, em ter movimentado o pessoal que estava afecto a secretaria distrital, por sinal que tinham ligações fortes com ex-seu boss.
Como resultado, algumas actividades de indole pessoal do ex-seu chefe pararam e...a crise mundial começou a se fazer sentir, mesmo a distância.
Estava em vista a “guerra” que Mote havia provocado. Ademais, até que foi uma guerra santa, sem pressa e nem precipitação.
Tudo nas calmas até...arrastarem o 'puto' (permitam a expressão) a Gilé.
No Gilé
Mote foi a Gilé convencido que tinha sido transferido porque sabia correr, mas talvez
enganou-se, porque não quantas cartas (notas) foram escritas e nem ouviu quantas
chamadas foram feitas de camaradas para camaradas, uns dizendo que deveriam dar
mais uma chance ao jovem, outros diziam que não, ele brincou com coisas sérias,
enfim, recordando aquela composição dum irmão angolano, “na mala do outro não se mexe, agora aquenta...”
Como administrador de Gilé, o jovem Mote, estabeleceu ligações de amizade, trabalho e
outras, como gente que ali encontrou, por sinal, gente que conhece bem o terreno. O bom é que ele seguiu aquele provérbio de respeitar os donos da terra.
Como é sabido, aquele distrito nortenho, é apetecível para todos. Por causas das riquezas do solo e subsolo. Há minérios, ou por outras, há riqueza na terra.
A classe empresarial que la se encontra já tem amizades com o “sistema” e faz tudo em
conexão com quem manda.
Possivelmente o Mote não terá se apercebido deste lado.
Também estabeleceu as suas parcerias com a classe. Só que esta classe nunca respeitou a ele como admistrador. Lembra-se que Manhacha já foi administrador de Gilé?
O tempo foi passando e o 'camarada' Mote, foi entrando na onda, até que se realiza a visita de Guebuza.

Momento de aproveitamento?
Quando o presidente da República, Armando Guebuza, visitou Zambézia no ano passado, visitou Gilé e ficou impressionado com o relatório do administrador Mote que nem sequer tinha lá seis meses, mas que dizia ter erguido mais de 100 casas com material convencional para os funcionários do Estado naquela região. Guebuza ficou comovido
com isto que ouviu, infelizmente não viu. Mandou vir com outros tantos administradores, porque afinal, não são muitos que tem 100 casas construidas com
material convencional. Tendo mais de 100 casas, então Gilé era uma cidade, não é?
Nem isso, após a visita do chefe do Estado, o Governo da Zambézia, emanou uma equipa
para verificar in-loco as tais casas que Mote havia dito que construiu. Casas convencionais, ao que o DZ sabe depois duma consulta a um técnico das Obras Públicas, são feitas de cimento, bloco previamente preparado e outro tipo de material. Resultado, a equipa do Governo encontrou casas de capim e de matope, ou seja, maticadas de areia.
Estava aberto um precedente, de que Mote mentiu ao chefe do Estado. E o que se
espera quando se mente ao chefe do Estado, como Guebuza? Foi feito o relatório
da monitoria e apurou-se que não eram casas de material convencional nenhumas. A cruz
foi colocada no ombro de Mote e quando é assim...
De lá até a data da sua saida, o jovem Mote nunca teve sossego, chamada aqui,
chamada acolá. Aliás, até que parecia que no seu carro foi instalado um sistema de
controle. Há quem sabia que Mote saiu de Gilé, agora está no sítio X e dai vai ao sitio Y, enfim. Afinal o Governo da Zambézia, usa bem as tecnologias quando quer? Pena é que a página dita que foi aberta para promover acções do Governo anda desactualizada.
Sem aviso prévio
Foi numa madrugada, qual "Operação Nó Górdio”, que Mote recebeu uma visita vinda do Governo provincial. O chefe da equipa, aliás, que nem era equipa, porque estava
Martins Bartolomeu, director dos Antigos Combatentes, um condutor da ISUZU KB e a
respectiva substituta do Mote.
Uma senhora que vem de Namaacha, província de Maputo. Verdadeira unidade nacional. Patria amada.
Sem nenhum aviso prévio Orlando Mote, recebeu esta visita e que objectivo era
substituí-lo imediatamente.
Enquanto ela, portanto a senhora, nova admistradora fica em Gilé, Mote, volta com a
comitíva do director dos Antigos Combatentes. Houve entrega de pastas, num acto singelo e nada mais havia para o camarada Mote. Regressou a casa e não teve tempo nem sequer de despedir os seus grandes amigos empresários e outros intevenientes nesta governação.
Foi uma experiência boa governar. Foi SP de Milange, depois subiu a administrador
no mesmo distrito e dai seguiu à Gile. Mas enfim, foi uma aventura. Lembra-se dum artigo do grande colunista Matchinga?
Face a isto tudo, o que terá levado a que Mote fosse exonerado? Porque é que a
equipa saiu para Gilé de madrugada? Será que algo a mais está no meio disto?
(Redacção)

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