- defendem participantes num debate sobre a matéria, por ocasião do Dia do Jornalista Moçambicano
CONFLITOS de interesse de natureza política e económica estão a pôr em causa a ética e o exercício da profissão do jornalismo no país, segundo se pode aferir do debate ontem realizado na sede do Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ), subordinado ao tema “Desenvolvimento da Comunicação em Moçambique”, por ocasião da celebração, hoje, do Dia do Jornalista Moçambicano. O debate teve como orador principal o jornalista Augusto de Carvalho, assessor editorial do jornal “Domingo”.
No entender dos participantes, o jornalismo, nos tempos que correm, é usado para tirar vantagens políticas e económicas, desvirtuando-se deste modo o sentido e objectivo real da profissão. Em resultado, vários sectores olham para a profissão com desconfiança.
Augusto de Carvalho deixou claro que toda a problemática à volta do jornalismo está no conhecimento. Segundo ele, só pode informar quem conhece, sendo que o conhecimento tem regras. Por falta desse conhecimento, de acordo com Carvalho, “temos a tendência de falar de tudo, quando não dominamos”. Neste contexto, o jornalista deve preocupar-se em ter conhecimentos, procurando sempre superar-se, pois fazer jornalismo é um acto de cultura.
Noutro desenvolvimento, o orador mostrou-se preocupado com o jornalismo de investigação que é feito no país. Disse haver abuso do termo, pois muitos jornalistas limitam-se a publicar documentos que lhes chegam às mãos, sem nunca os submeter ao crivo.
Disse haver necessidade de associar o discurso jornalístico com a ética. “A importância do jornalismo é o fortalecimento da democracia. A lógica do jornalismo é a liberdade humana”.
Foi muito discutida a questão da formação dos profissionais de Comunicação Social, tendo-se colocado dúvidas sobre a qualidade da formação nos estabelecimentos de ensino ligados ao sector, nomeadamente a Escola de Jornalismo e a Escola de Comunicação e Arte (ECA) da UEM, sobretudo no que concerne à formação prática. A ideia generalizada passada foi a de que aquelas escolas limitam-se a oferecer conhecimentos teóricos, em detrimento dos práticos, levando a que muitos dos formandos tenham depois dificuldades no exercício da profissão.
O debate foi realizado em parceria com o Conselho Superior de Comunicação Social, que se fez representar por seis dos seus 11 membros.
Maputo, Sábado, 11 de Abril de 2009. In Notícias
Paul Adams: A significant move ahead of another long hard winter
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The move may not change the course of the war but it could restore balance,
writes the BBC's Paul Adams.
2 hours ago
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