Wednesday, 8 April 2009

CENTRO DE ESTUDOS AFRICANOS

UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE
COMO FAZER CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS EM ÁFRICA: questões epistemológicas, metodológicas, teóricas e políticas
COLÓQUIO
EM HOMENAGEM A AQUINO DE BRAGANÇA
(Maputo, 28 e 29 de Julho, 2009)
Apelo à apresentação de comunicações

‘Num contexto em que a globalização deixa cada vez menos espaço para pensar fora dos paradigmas ditados pelo sistema, é crucial lembrar uma personalidade que conseguiu fazer da sua vida um exemplo de fidelidade à politica emancipalista, sem cair, como ele gostava de repetir, no “Marxismo de cartilhas”(…). A grande paixão politica e intelectual de Aquino de Bragança foi sempre a de procurar respostas singulares aos desafios não só do momento, mas também do futuro (J. Depelchin, http://www.pambazuka.org/pt/category/features/47521,19 de Abril de 2008)’. Falecido em 1986, o pensamento de Aquino de Bragança continua sempre vivo e presente, quando nos lembra a necessidade de um questionamento permanente à produção científica, e à necessidade de uma descolonização do pensamento africano. Em memória do que lhe foi mais caro, enquanto pensador, cientista e defensor dos direitos humanos, este colóquio presta-lhe uma modesta homenagem.

As crises de pensamento decorrentes das grandes mudanças que ocorreram no mundo durante a última metade do século XX e início deste século levaram as Ciências Sociais e as Humanidades a acelerar a sua reconceptualização num esforço tendente a clarificar e redefinir o seu papel na sociedade. Hoje, mais do que nunca, se debate sobre a finalidade das Ciências Sociais e o seu papel na sociedade. Proporcionam um aconselhamento sábio sobre problemas do presente? Ajudam os seres humanos a interpretar o mundo que os rodeia para melhor agirem sobre o mesmo? Contribuem para uma maior eficácia das decisões políticas e administrativas?
A procura de respostas para estes questionamentos, não pode estar dissociada da discussão em redor da problemática referente à produção e apropriação do conhecimento. A cultura científica hoje tornou-se uma importante dimensão constitutiva das sociedades contemporâneas, enquanto recurso e enquanto problema, na medida em que interfere com todos os domínios da vida social. Ela representa o vector decisivo de modernização e desenvolvimento, no que se tem vindo a chamar “sociedade de informação” e “sociedade de conhecimento”. Neste contexto, é lícito perguntar, “como fazer ciências sociais em África”?
Numa altura em que tanto se discutem as relações Norte-Sul e Sul-Sul, colonialimo/pós-colonialismo e colonialidade, que se aplicam igualmente na produção e apropriação do conhecimento científico, questionamo-nos se é possível produzir formas alternativas de conhecimento a partir do continente Africano, que possam contribuir para uma perspectiva epistemológica crítica que seja capaz de desafiar quer os paradigmas eurocêntricos hegemónicos, quer os afrocêntricos. É igualmente relevante discutir até que ponto a formulação/reformulação de questões de carácter teórico-metodológico a partir de África poderá de algum modo contribuir para que haja uma descolonização das relações de poder na produção de conhecimento num meio ambiente em que o exercício da cidadania impõe a restrição das liberdades académicas.

O Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane, através da comissão organizadora do colóquio” COMO FAZER CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS EM ÁFRICA: questões epistemológicas, metodológicas, teóricas e políticas” (Em homenagem a Aquino de Bragança), convida assim todos os interessados em participar neste colóquio, com a duração de dois dias, a realizar na cidade de Maputo, a 28 e 29 de Julho de 2009, a submeterem um resumo breve variando entre 150 a 300 palavras, em linguagem clara e informativa, com uma indicação do conteúdo da apresentação e seu argumento principal. O resumo deverá ser apresentado em letra 12, formato Times New Roman, 1 espaço, e enviado até 30 de Maio de 2009, para o seguinte endereço: coloquioaquinodebraganca@uem.mz

As candidaturas para a submissão de propostas de artigos devem versar sobre os seguintes temas:

TEMA1 - Desafios epistemológicos, metodológicos e políticos na produção de conhecimento em ciências sociais e humanas;
Sub-tema 1: A produção de conhecimento nos PALOP
TEMA 2 - Relevância do pensamento de Aquino de Bragança na reflexão sobre os desafios contemporâneos das ciências sociais;
TEMA 3 - Papel da reflexão crítica em ciências sociais na afirmação de “identidade(s)/africana(s)” na produção de conhecimento;

Embora cada um dos temas propostos seja susceptível de gerar múltiplos sub-temas, dada a natureza e o tempo de duração do colóquio, o programa final dependerá do número de comunicações candidatas a cada grupo temático.

Até 15 de Junho, os participantes a este seminário serão informados sobre os resultados da selecção de resumos e receberão outras orientações relativas à apresentação das suas comunicações.

A Comissão Organizadora dispõe de parcos recursos para o financiamento de participantes provenientes de outras Províncias de Moçambique, para além da cidade de Maputo, bem como para o financiamento de participantes internacionais. Solicitamos assim que o envio dos resumos seja acompanhado da ficha anexa, que poderá também ser solicitada à Comissão Organizadora através do endereço do colóquio.

Qualquer dúvida poderá ser enviada para o endereço do colóquio acima referido, ou para:
Amélia Neves de Souto: amelianeves.souto@gmail.com
Isabel Maria Casimiro: isabelmaria.casimiro@gmail.com
Teresa Cruz e Silva: tcsilva@mail.com

A COMISSÃO ORGANIZADORA

CENTRO DE ESTUDOS AFRICANOS
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE
COMO FAZER CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS EM ÁFRICA: questões epistemológicas, metodológicas, teóricas e políticas
COLÓQUIO
EM HOMENAGEM A AQUINO DE BRAGANÇA
(Maputo, 28 e 29 de Julho, 2009)


FICHA DE INSCRIÇÃO PROVISÓRIA PARA FINANCIAMENTO TOTAL OU PARCIAL

1- Nome:
2- Instituição
3- País
4- Endereço electrónico
5- Necessita de apoio em financiamento (preencher com uma X os itens que se seguem)
5.1- Transporte aéreo ( ) terrestre ( ) Detalhes da rota
5.2- Alojamento em Maputo (Sim) (Não)
5.3- Per/diem ( Sim) (Não)
6- Reserva de Hotel (Sim) (Não)

DADOS OS PARCOS RECURSOS DA COMISSÃO ORGANIZADORA PARA FINANCIAR PARTICIPANTES NACIONAIS E ESTRANGEIROS, AGRADECEMOS QUE ESTA FICHA SEJA ENVIADA JUNTAMENTE COM O RESUMO DA COMUNICAÇÃO ATÉ AO DIA 30 DE MAIO DE 2009.

OS PARTICIPANTES ESTRANGEIROS PODERÃO OBTER OS VISTOS DE ENTRADA NA PRIMEIRA FRONTEIRA DE ENTRADA NO PAÍS. SUGERIMOS ENTRETANTO AOS PARTICIPANTES COM SERVIÇOS CONSULARES NOS SEUS PAÍSES QUE O FAÇAM NAS RESPECTIVAS EMBAIXDAS DE MOÇAMBIQUE, POR FORMA A AGILIZAR O PROCESSO À SUA CHEGADA A MAPUTO.

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