PILOTOS MILITARES NÃO CONHECEM AVIÃO

Formados na Academia “ Samora Machel”
- Os cadetes graduam este ano sem nunca terem voado

O s pilotos aviadores que integram o grupo dos primeiros oficiais das Forças Armadas
de Defesa de Moçambique (FADM) que, este ano, vão graduar na Academia Militar Samora Machel ainda não, foram submetidos a exercícios práticos, apesar de se encontrarem na
fase de tirocínio, período destinado a aulas de prática.
Um docente daquela especialidade confirmou ao Wamphula Fax que os estudantes têm vindo a questionar, com natural insistência, acerca da oportunidade em que irão, efectivamente, “conhecer” um avião em pleno voo, uma vez que as suas aulas foram
apenas ministradas através decomputadores.
Segundo o mesmo docente, a experiência da Rússia, que inspirou Moçambique,
preconiza que o estudante do curso de piloto aviador começa aliar a teoria à prática assim que ingressa no segundo ano de formação, o que não está, efectivamente, a
acontecer.
Revelou que este tipo de constrangimento também ocorre nos cursos da Força Aérea, Comandantes de Meios Radiofónicos, Marinha, Comunicações e Engenharia Militar, onde
os equipamentos de formação teórica e prática se apresentam escassos.

O Comandante daquela instituição aponta, entre outras, a falta de um avião de marca CESSNA, de meios circulantes e de livros sobre vários temas.
Segundo a fonte, os apoios multiformes prestados nos últimos quatro anos pelos países europeus e americanos não satisfazem cabalmente as necessidades daquela unidade militar.
Criada à luz do decreto 62/2003 de 24 de Dezembro, do Conselho de Ministros,
a Academia Militar é um estabelecimento de ensino superior, de investigação e de apoio a comunidades, com a finalidade essencial de formar oficiais destinados aos quadros permanentes das FADM. Wf