Thursday, 9 October 2008

Os angolanos devem reflectir sobre democracia participativa, Guilherme Santos (ADRA)

legitimação do poder conferido pelos angolanos ao MPLA nas eleições de 5 e 6 de Setembro deve obrigar os próprios eleitores a não olharem apenas nos resultados como tal, mas a reflectirem também na dimensão da democracia participativa.

Segundo o presidente da Acção de Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA), Guilherme Santos, ao facto de o MPLA conseguir nas recém realizadas eleições legislativas a maioria qualificada com a indicação de 191 deputados, o partido no poder deve adicionar aos resultados a democracia participativa.

Para o presidente de direcção da (ADRA) a defesa das liberdades e garantias constantes na constituição angolana deverão ser objecto de fiscalização dos cidadãos e das organizações de defesa dos direitos humanos como forma de complementar o trabalho do estado na protecção dos mais desfavorecidos.

Na opinião de Guilherme Santos, a maioria conquistada pelo MPLA não deve retirar da sociedade civil a sua força de intervenção dando azo assim a tendências que possam fomentar o autoritarismo.

«Acho que o facto de teres uma liderança legitimada por resultados de uma eleição e com uma maioria folgada em minha opinião não retira a possibilidade de a sociedade trabalhar no sentido de reduzir qualquer tendência de autoritarismo no país, acho que Angola já tem uma experiência muito longa e profunda além disso a democracia em Angola não foi uma dádiva de alguém a democracia em Angola foi uma conquista de todos os angolanos não é um mérito de um partido político ou de dois ou do governo é uma conquista que nós desenvolvemos ao longos dos anos.»

Quanto ao futuro da UNITA, em face dos péssimos resultados saídos das urnas que lhe conferiram apenas 16 lugares na próxima legislatura contra os anteriores 70, Guilherme Santos diz que desse ponto de vista numérico a situação é preocupante, mas o «galo negro» deve encarar o quadro como uma fase da sua história e não o fim.

Segundo o interlocutor da Voz da América, o abanão levado pela UNITA nas legislativas servirá para a sua liderança fazer uma profunda análise do seu percurso e adaptar-se ao novo contexto.

«Se um partido, uma organização desenvolveu e construiu um capital, uma mística, um capital histórico, um capital simbólico se desenvolveu experiência, conhecimento, competência, habilidades e visão sobretudo se a razão de ser da organização do partido ainda mantém os mesmos fundamentos é uma questão das lideranças saberem adaptar os novos fundamentos ao novo contexto», referiu.

FNT/VOA

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