Thursday, 9 October 2008

A Opiniao de Sancao Zuane Sobre o Consumo da Soruma Nas Zonas Rurais

Escrevo este comentário em resposta ao artigo publicado pelo Senhor Manuel de Araujo cujo o mesmo coloca uma questão aberta no que se refere sobre a criminalidade ou não do consumo da Canabis Sativa vulgo Soruma nas zonas rurais!? Dando prosseguimento a minha intervenção sobre o referido artigo, a questão acima colocada não reflecte em si uma visível intenção de quem realmente esta preocupado com as irregularidades do sistema judicial moçambicano, mas sim uma injustiça e descriminação aparente contra as zonas urbanas e os seus habitantes em detrtimento das zonas rurais do país, no tocante a liberdade do plantio, cultivo e consumo da erva e bem como a sua discriminalização.

Todavia, no meu mais pessoal e particular ponto de vista, a questão deveria ser colocada nos seguintes termos: Constituí ou não um processpo crime o consumo da Soruma em mocambique? Se a resposta for sim ou não, porque? O que é a Soruma? Qual é a sua história? Que aspectos ocultos sobre a sua potencialidade e propiedades é que levaram a ilegalidade do seu consumo? Não quero contudo desta maneira afirmar categórica e peremptoriamente de que só e somente baseando-se nos referidos métodos da reciclagem da questão acima colocada, que é nos pode levar ao aprofundamento do assunto ou do problema da ilegalidade do livre individual e colectivo consumo da Soruma por todo e qualquer cidaãdo que dela necessitar de consumir, mas sim sob a matriz da importância da educação cívica-moral, debates e forums sócio-culturais sobre o objecto da matéria em causa, pois não julgo ser ante prioritário (embora pertinente) levar o assunto ao parlamento como uma proposta de lei sem que se processeda a uma auscultação e recolha de sensibilidades do povo moçambicano do Rovuma ao Maputo e do Zumbo ao Índico sobre a sua posição em relação ao assunto, porque não se adianta discriminalizar o consumo da erva sem que antes se eduque e se divulguem informações verídicas e livres de qualquer mito e tabú sobre o assunto em causa, reflectindo assim deste modo os anceios e as necessidades do povo.

Confesso que o meu sétimo sentido faz-me crer que alguns de vós caros leitores, já tereis ouvido em noticiários e quiça, testemunhado tamanho nível de humilhação, brutalização e de violência verbal, física e psícologica baseada em torturas perpetradas por agentes da polícia contra os Rastas, Camponêses e até contra o mais pacato cidadão moçambicano que é usuário da erva, tudo em nome da lei que no fundo existe apenas para o benefício de poucos e em prejuízo de muitos que por sinal é a massa demográfica moçambica, a tal que em nome da demo-cra-cia detém o poder de escolha e de decisão sobre o seu destino e ou futuro . Porém, controversialmente o própio policia (que excuta todos esses actos desumanos por mim mencionados) , juiz (esse que julga e condena os usuários da erva), advogado, professor, docente, deputado, ministro(vices e ex-ministros) e quiça até o própio chefe de estado, enfim toda a classe da hierarquia e elite política, económica e governativa de moçambique, consome a Soruma, mas a hipocresia, a falcidade, a desonestinadade e a cobardia impedem com que esses individuos se revelem publicamente como usuários da erva, pois não o fazendo, os mesmos procuram permanecer na chamada classe previlegiada, uma vez que a desigualdade e divisão social baseada na côr da pele, dos olhos, do graú de instrução, afiliação partidaria, etnia, etc..., ainda é um facto cada vez notório e incisivo adentro da sociedade civil moçambicana em particular.

Para finalizar gostaria de enfatizar o facto de que se for legal o consumo da erva nas zonas rurais, e o mesmo ilegal nas zonas urbanas, então estaremos rumo a criação de uma injustiça social muito perigosa e fatal, dosadas duma marginalização das períferias urbanas em favoritismo do urbanismo, embora considerando as premissas de que não é necessário ser um Camponês ou um Rasta para consumir Soruma, pois a maior parte do cidadão moçambicano independentemente do seu extrato sócio-econômico, cutural, histórico, religioso, político-partidário, intelectual e académico, consome Soruma por diversos e diferentes motivos dos quais não importa aqui mencionar. Entretanto, julgo ser o momento de se quebrar o silêncio, o tabú e o mito sobre a soruma, e se falar abertamente sobre a erva e os seus impactos quer econômicos, sociais, culturais e religiosos na vida dos usuários. Doravante, penso que se partirmos desses pressupostos, ai é que estaremos a contribuír para uma justiça amplamente social para todos e não apenas para alguns como tem vindo a ser, pois liberdade demorada é justiça negada.

Sansão Da L.P.Zuane

Natural da Cidade de Maputo, trabalhador e membro do movimento Rastafari de moçambique.

Grato pela brilhante oportunidade que me foi concedida de a minha humilde opinião ou pensamento sobre o assunto (como preferirem), poder deixar ficar. Aguardo por qualquer feedback.

Os meus parabens pelo brilhante espirito de iniciativa e de coragem pela publicação do artigo em causa.

1 comment:

MuPrista Kondjo said...

Gostei da materia postada pelo sansão, é um exemplo de luta e coragem por uma justiça social etc.
nesta nossa terra, ta cheio de bumboklaats k falam o k nao sabem..dizem k leram nos cadernos. é preciso conhecer a coisa de fundo para poder fazer qualquer tipo de critica. por isso srs drs. k sairam das faculdades, pensem mto bem antes de tirar as besteiras k saem das vossas bocas...tou contigo bredrin Sansão, é preciso um referendo sobre este assunto. Jah guie e proteja a todos...mo fayaaa