A CRISE GLOBAL DOS BANCOS
Ontem falhou o Comunismo – hoje começa a falhar o Capitalismo Estamos a assistir ao colapso do Capitalismo! Precisamente no país do liberalismo económico mais
radical. Os accionistas vampiros das finanças serviram-se do sistema financeiro até ao máximo e à sombra de gerentes usurários dos grandes bancos e duma política também ela sedenta de dinheiro.
Tal como o sistema económico comunista falhou há 20 anos, falha agora a ordem económica actual.
As ideologias revelam-se precárias. O que se aproveita delas são sobretudo as nomenclaturas dirigentes. O povo é quem paga a fava! Políticos e banqueiros
procurarão manter o rebanho calmo no redil. Seria pior ainda se as ovelhas escoicinhassem ao serem tosquiadas, na opinião de políticos e de banqueiros.
Estes esperam da política que esta encha os bancos falidos com o dinheiro dos contribuintes para que os que vivem do dinheiro irreal especulativo não vejam
diminuir o dinheiro e continuem a operar no seu Olimpo.
“Toda a nossa economia está em perigo”,
confessa o Presidente norte-americano. Para que os bancos não dêem bancarrota os estados têm de os apoiar com somas astronómicas. A USA começa dando o exemplo disponibilizando 700.000.000.000 de dólares.
É discutível, mas se o não fizer mais cara ficará a crise para nós. Mesmo assim as consequências serão desastrosas, por muitos anos. Haverá um decréscimo da produtividade e dos investimentos. O desemprego
aumentará. O contribuinte e os fornecedores do capital real ao banco terão de pagar a factura das especulações feitas pelos jogadores das notas falsas da bolsa
(economias irreais).
Seremos informados a conta-gotas sobre as perdas reais dos bancos. Seria catastrófico se o povo se apercebesse do problema e perdesse a confiança nos
bancos!... Então até os bancos mais saudáveis faliriam.
Eles trazem mais dinheiro emprestado do que o dinheiro que possuem. Antigamente tinham o correspondente das notas em ouro. No tempo duma democracia mal
gerida basta a confiança e o povo como fiador.
O Doutor Heiner Geißler, antigo ministro do Governo federal alemão e antigo secretário-geral do partido União Democrática Cristã (CDU), apregoa a criação
duma nova ordem económica mundial, e uma economia internacional de mercado ecológico-social. Para não ser sempre o contribuinte a acarretar com as despesas,
defende a criação de um imposto sobre as transacções na Bolsa. Este imposto poderia financiar um Marshall-Plan global.
Precisa-se duma competição regulada, dum sistema mitigado humano. Segundo Geißler, o volume de mercado financeiro mundial é de 140 bilhões de dólares enquanto que o produto nacional mundial bruto é apenas de 50 bilhões de euros. Isto significa que há
90 bilhões a mais (falsos) que são usados apenas para fins especulativos e a que falta uma base económica real. A dominância incontrolada dos bancos tornou-se um perigo para os Estados. A privatização dos lucros e a socialização dos prejuízos tornam o capitalismo liberal ainda mais desumano.
Há 20 anos deu-se o colapso do sistema económico dos estados comunistas. Pensava-se que o Capitalismo tinha vencido apostando-se no mercado financeiro desregulado. Os resultados estão à vista. A “dolorosa” teremos nós que a pagar!
A aposta dos políticos num mercado que tudo regularia vê-se agora perdida. Se a política não intervir reduz-se a acólita da ideologia económica. Para evitar
males maiores o Estado fica para já como fiador e o contribuinte paga a conta.
A confiança é boa, mas o controlo sempre parece ser melhor.
antoniocunhajusto@googlemail.com
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