“Lusofonia deve estimular quadro comum de valores”

- defende Pacheco Pereira em Maputo

Maputo (Canal de Moçambique) - O académico português Pacheco Pereira, segundo a agência Lusa, defendeu segunda-feira em Maputo que um “quadro comum de respeito pela dignidade da pessoa humana, liberdades, direitos e garantias” deve ser estimulado no seio dos países lusófonos.
“Devemos estimular as diferenças, porque não há problema em que as pessoas sejam diferentes, mas também devem estimular a percepção de que sejam quais forem as diferenças, tem que haver um quadro comum de respeito pela dignidade da pessoa humana, liberdades, direitos e garantias de cada um”, disse o professor universitário, na abertura de um simpósio sobre a língua portuguesa a decorrer na capital moçambicana.
No simpósio a decorrer na Escola Portuguesa de Maputo (EPM), subordinado ao tema “Educação Intercultural: Práticas e Reflexões”, o director do Centro dos Estudos Brasileiros de Moçambique (CEB) e docente moçambicano, Calane da Silva, salientou a necessidade de o discurso pedagógico oficial e a reprodução deste mesmo discurso terem que reflectir as discussões sobre o multiculturalismo e multiracialidade. “Em países multiculturais e multiraciais, temos que fazer reflectir no discurso pedagógico oficial e também na própria reprodução desse discurso em manuais e na sala de aulas essa realidade, coisa que as vezes não acontece”, sublinhou.
A Lusa refere ainda que na mesma circunstância a directora da Escola Portuguesa de Moçambique, Dina Trigo de Mira, afirmou que durante os três dias do encontro, que termina quarta-feira, “serão feitas reflexões sobre o impacto de uma grande diversidade cultural na educação, num cenário em que convivem estudantes de várias nacionalidades e credos”. “Este simpósio é extremamente importante, porque é a volta da língua portuguesa e este ano fomos mais arrojados, ao escolher o tema da interculturalidade, porque vivemos num país de grande diversidade cultural”, sublinhou.
No V Simpósio Internacional de Língua Portuguesa participam académicos de vários países lusófonos, além de estudantes de mais de 21 nacionalidades.

(Redacção / LUSA)