Wednesday 30 July 2008

A OPINIAO DE RONDINHO CALAVETE

“Juventude zambeziana-escudo dos políticos”
A luta de libertação nacional que durou dez anos, foi feita por jovens que se entregavam para uma única finalidade-derrubar o colonialismo portugues e conquistar a independência nacional.
Foi na sequência dessa entrega total dos jovens daquela época, que a 25 de Junho o saudoso Samora Machel proclamava a independência total e completa de Moçambique. Foi o preludio de uma nova era na história de Moçambique.
Passados 5 anos ou mais, concretamente na década 80, começa-se a sentir o sabor amargo
da independência com a crise de produtos, as bichas interminaveis e com os rumores de uns tais bandidos armados que desestabilizavam o país. Dizia-se assim-bandidos armados. Passaram 16 anos de uma guerra fria e sangrenta entre irmãos, o que na óptica de alguns círculos, afirma-se que foi uma guerra justa porque trouxe a democracia no País.
Aliás, os tais ditos bandidos armados mostraram ao Mundo inteiro que eram um movimento chamado RENAMO, e foi na sequência desse reconhecimento que a 4 de Outubro de 1992, era assinado o Acordo de Paz em Roma, para dar fim o início de uma guerra que vitimou e destruiu quase tudo e todos.
Quer na luta de libertação nacional, quer a guerra civil dos 16 anos, foram os jovens que eram
capturados e/ou recrutados para defender os interesses desta pátria amada, na qual hoje desfrutamos uma paz verdadeira apesar do elevado custro de vida e apesar da justiça que quase não existe e apesar das criminalidades nas nossas grandes cidades. Mas a verdade que se diga: somos um povo de paz e para a paz.
Mas o que me levou a fazer este artigo não tem nada a ver com a luta de libertação nacional e muito menos a guerra dos 16 anos. Quero sim, partilhar ideias a volta da juventude zambeziana que só serve de escudo para defender interesses políticos na hora das eleições.
Temos a nossa OJM bem quietinha e adormecida no seu canto a espera da voz do comando do seu partido. A Liga Juvenil da RENAMO nem sei se existe. Mas há-de aparecer daqui a
nada. Recordo-me de muitas ligas juvenis fantasmas que só aparecem uma vez em cada cinco anos e depois desaparecem. O PIMO costuma ter sua ligazita. A UNAMO do meu tio, também costuma ter uma ligazita. O PDD parece que tambem costuma ter (não sei se é também liga, mas tem tido jovens.
Quer dizer, basta enganar com uma capulana, ou uma camisete, ou um boné, o jovem Zambeziano vai logo logo a correr, passa a ser membro mesmo sem cartão, etc, etc, absurdo,
não é??
O que tem acontecido é que qualquer esfomeiado que consiga fundos do Governo ou da União
Europeia ou de outras “Agências doadoras, recorre a juventude e, basta acabar o processo eleitoral, o jovem é esquecido e o Partidozito desaparece”.
Recordo-me ate de supostos jovens da OJM que em Quelimane fizeram campanha eleitoral para 2 partidos-RENAMO e FRELIMO e saiu vitoriosa a RENAMO. Quer dizer, os supostos jovens filiados na OJM, votaram na RENAMO. Aliás, sempre a RENAMO teve espaço na Zambézia
caso para dizer que na maioria do zambeziano quer mudanças, mesmo aqueles que upostamente militam na FRELIMO. Isto é, ser membro dum tal partido mas quando chegar a hora da verdade, votar noutro partido… Isto acontece na verdade!!!
Mas esse não é o caso, porque o voto é secreto e a verdade depois acaba saindo.
Para mim o que muito me preocupa é a falfa de determinação da nossa juventude. Estamos
perante uma juventude que se convence apenas por uma simples camisete e nunca pensa pelo seu futuro. Estamos perante uma juventude que so serve de ESCUDO para interesses partidarios e nem se quer viajam para um futuro condigno das suas vidas. Não estou a
dizer para abandonar os nossos partidos. Estou a falar de determinação individual e selecção
do melhor partido que nos pode trazer mudanças. Estamos perante uma juventude que não sabe definir a sua balisa partidaria. Estamos perante uma juventude sem bussola e perdida no mar alto sem conseguir pedir socorro.
O que é que esperamos dessa juventude que nem sequer consegue se definir?
Seria melhor cada jovem colocar o seu dedo na consciência e agir com responsabilidade para o bem comum da nossa província. E há que ter em conta o seguinte: “ o poder sem justiça não tem sentido”.
Eu sou imensável ás ideias filosoficas. Necessito de qualquer coisa tangível, de qualquer coisa que
foi representada num palco. Isto é, coisa vista e sentida. O que se diz, para mim não tem muita impotância.
Por isso não fico impressionado com explicações e o jogo verbal deixa-me indiferente. O que quero é acção.
E você, o que quer?
E-mail: rocavil@gmail.com

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