Recebi de um amigo um poema de Joao Pereira ao seu ex-professor Fernando Ganhao, que achamos interessante partilhar convosco.
Sabemos que não partiste por vontade própria.
São os desígnios do Pai que lhe chamaram.
Se nossa separação agora se faz, acontece por que os planos para nossas vidas são em sentido restrito e alheio às nossas terrenas e humanas vontades.
Com a sua partida, a nossa família acadêmica perdeu um pensador.
Os nossos jantares e almoços perderão um dos grandes facilitadores de debates.
A sua presença e a forma sabia de dizer as coisas deixaram de existir.
Depois que você partiu.
Tudo aqui entristeceu.
A noite não traz consolo.
O dia não traz saudade.
Seu retrato nas paredes da Faculdades de Ciências está lá gravados.
Seus discursos e seus ensinamentos existiram e existem.
Nós não queriamos chorar por causa da sua partida.
Mas a saudade insiste.
Entrarmos na Falcudade sabendo que estamos tão sozinho.
O nosso Coração não resiste.
Você levou para sempre uma grande parte da nossa felicidade.
Quem agora estará ao nosso lado para juntos projectarmos as Ciências Sociais?
Quem agora estará ao nosso lado a interrogar sobre o futuro de Moçambique?
Quem agora vai-nos encorajar a interrogar as nossas sociedades?
Quem agora vai-nos ensinar de que a maior beleza da acadêmia é o pensar diferente em busca de uma sociedade mais justa?
Quem agora vai-nos ensinar de que a maior contribuição que podemos dar ao país é através do amor ao proxímo, mesmo quando este proxímo não faz parte do nosso clube e das nossas amizades?
Quem Professor, quem mais vai-nos ensinar aquilo que você, simplesmente você tinha para nos ensinar?
Fique Bem Professor.
Eu estarei esperando-o para continuarmos os nossos debates sobre a História Contemporânea de Moçambique na eternidade.
Do seu, para sempre Estudante, João C.G: Pereira, Docente de Ciência Política e Administração Pública
Universidade Eduardo Mondlane
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