“Políticas do Governo são crime contra o Povo”
- afirma Afonso Dhlakama, líder da Renamo, que apela para maior atenção ao problema da Malária nas zonas rurais e melhores salários para o pessoal da Saúde
Maputo (Canal de Mçambique) - As políticas de Saúde implementadas pelo governo moçambicano são um autêntico crime contra o povo, refere o líder da Renamo, Afonso Dhlakama que algo agastado remata: "o governo moçambicano está a praticar crime contra milhões de pessoas que perdem a vida sem serem assistidas, sobretudo nas zonas rurais onde as autoridades nem sequer registam os óbitos desses cidadãos”. De acordo com Dhlakama, "muitas vezes as pessoas quando estão doentes preferem perder a vida nos locais de residência ao invés do hospital, porque acreditam que os hospitais aceleram a morte. Outras ainda preferem deslocar-se ao curandeiro para tomar raízes do que irem para o hospital". "O curandeiro não está habilitado a realizar testes de patologias, mas por vezes até tem melhores condições que as unidades sanitárias", frisou e acrescentou que "o Ministério da Saúde faz discursos pomposos nas cidades para descrever que não existem problemas no sector, mas as coisas andam muito mal principalmente nas zonas rurais". Mais grave ainda, segundo o líder da Perdiz, "não existem dados estatísticos de quantos moçambicanos perdem a vida por doença, porque o serviço de estatísticas não funcionam nas zonas rurais. Ninguém apresenta dados estatísticos de pessoas mortas". "Existem estrangeiros que garantem que as estatísticas em Moçambique estão no bom caminho. Eles estão a trair o povo moçambicano e dos seus próprios países", disse Afonso Dlakama. Diz ainda que "nas zonas rurais morrem desde recém-nascidos, crianças, adultos e velhos por falta de cuidados de saúde nos distritos e localidades, e como os serviços de estatísticas andam mal, não há registos de quantos mortos perdem a vida". Por outro lado Afonso Dlakama adianta que "o Governo deve mudar as políticas de saúde porque existem problemas sérios no sistema nacional. Em todos os postos e localidades do país as populações estão a morrer por falta de assistência médica. As unidades sanitárias têm falta de equipamento, pessoal técnico, material médico-cirúrgico e até medicamentos. Assiste-se a um verdadeiro caos". "Temos um país pobre, é certo, mas o Governo deveria apetrechar mais o sector da Saúde como também melhorar os salários do pessoal", defende o líder da Oposição em Moçambique país governado desde a independência nacional em 1975 por sucessivos governos apontados pelo Partido Frelimo.
HIV/Sida
De acordo com Afonso Dhlakama, com o advento do HIV/Sida, o Governo tem relegado para segundo plano outras doenças que também constituem problema de Saúde Pública, tal é o caso da malária, cólera, tuberculose, entre outras. "O Governo moçambicano está mais preocupado com problemas de HIV/Sida, o que não é mau de todo, mas até certo ponto essa doença já não é problema como no início porque com os anti-retrovirais e seguimento, a pessoa já pode prolongar o seu tempo de vida", explicou o líder da Renamo. Acrescentou ainda que "devemos convencer as pessoas infectadas por HIV/Sida para fazer o teste de forma a seguir o tratamento. Os portadores de HIV/Sida podem prolongar a vida através das recomendações dos serviços de saúde". Por outro lado o líder da Renamo diz que "o problema é como convencer as pessoas para fazer o teste e depois seguir o tratamento anti-retroviral porque muitas pessoas quando descobrem o seu estado de saúde preferem esconder-se".
Malária nas zonas rurais
O Governo moçambicano, à semelhança do que faz com o HIV/Sida, segundo Dhlakama deveria estar preocupado com os elevados índices da malária que estão a ceifar milhares de vidas humanas. "A malária mata muito. Muitas pessoas nas zonas rurais estão a morrer de malária e os serviços da Saúde não estão a prestar o devido acompanhamento. Não só por falta de medicamentos, mas, também porque os poucos funcionários andam descontentes com a remuneração que auferem e as condições de trabalho que lhes são oferecidas pelo Governo", disse Afonso Dhlakama. "Muitos agentes de saúde nas zonas rurais trabalham e até fazem horas extras, no entanto, auferem salários baixos", afiançou o líder da oposição. Para Afonso Dlakama "os agentes de saúde atendem bichas enormes de pacientes. Diariamente atendem mais de 150 pacientes que padecem de várias patologias como cólera, disenteria, malária de entre outras. Outros ainda atendem crianças a sangrar apesar de estarem cansados, descontentes e desmoralizados".
(Conceição Vitorino)
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