Friday, 7 March 2008

A Opiniao de Jorge Eurico: Nao ha marrabenta que o segure!

Quando o sargento toca!

A manifestação do dia 5 de Fevereiro foi um “reviralhismo”que teve como escopo repôr os desvios sociais e económicos da política do Governo.
NO dia cinco de Fevereiro de 2008, a 1.ª vice-presidente da Assembleia da República (AR) foi interpelada, por volta das 08h30 minutos, na Avenida Marien Ngouabi, em Maputo, pelo Povo que, sem provocar o ruído armado das revoluções, saiu para se manifestar contra o aumento do preço dos combustíveis na capital do País. O carro de Verónica Macamo foi alvejado com pedras e outros instrumentos contundentes. Consequência: vidro e pára-brisas literalmente partidos. A segunda pessoa mais importante do segundo órgão de soberania do Estado moçambicano foi salva da fúria popular, in extremis, por obra e graça de alguns agentes da Policia da República de Moçambique (PRM) que se encontravam no local. No mesmo dia, no
percurso Matola-Maputo e vice-versa, uma alta personalidade da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e a esposa do Presidente do Conselho de Administração de um banco local tiveram a mesma sorte que Macamo: a de serem interpelados pelos manifestantes. Os seus carros foram selvaticamente apedrejados. Resultado: o automóvel da primeira personalidade ficou com uma das portas parcialmente danificada, enquanto que a segunda viu o pára-brisas do seu todo partido. Em resumo, estes foram indubitavelmente os pontos mais altos da manifestação
popular que há cerca de quarenta e cinco dias fez tremer o chão moçambicano, assustou o poder político e deixou atónita algumas, mas quase todas, chancelarias ocidentais baseadas em na capital moçambicana. O pior, segundo apurámos, não aconteceu pelo facto de a Força de Intervenção Rápida (FIR) ter-se mantido em prontidão combativa durante 672 horas para responder a “preceito” a qualquer mudança da situação operativa que eventualmente, no fatídico cinco de Fevereiro de triste memória, colocasse em causa a Segurança do Estado. Por essa razão, a FIR efectuou reconhecimentos em 15 bairros periféricos das cidades de Maputo, Matola, Xai-Xai, Inhambane e da Beira sob forma de marcha longa, num período de 76 horas. A FIR reforçou o patrulhamento em coordenação com os comandos da PRM na cidade e província de Maputo. Enquanto isso, a Brigada Anti-crime (BAC) consumiu 189 horas de patrulha motorizada, sendo 119 em Maputo, 70 em Sofala. In 'Observador'.

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