Para a Igreja Católica, nada justifica o uso da violência Igreja Católica condena manifestações desordeiras
A HIERÁRQUIA da Igreja Católica em Moçambique veio ontem a público condenar as manifestações violentas ocorridas em algumas cidades do país, decorrentes do agravamento do custo do preços dos transportes semicolectivos de passageiros. A posição vem expressa numa mensagem da Conferência Episcopal de Moçambique, intitulada “Justiça sim, violência não”.
“Apelamos, portanto, ao povo para a apresentação organizada e pacífica das próprias preocupações. Sendo Moçambique um Estado democrático e de direito, os cidadãos têm a prerrogativa de poderem manifestar-se exigindo os seus direitos. Mas não estamos de acordo que essa exigência resulte na destruição”, refere a missiva ontem distribuída à imprensa.
Na mensagem, os prelados manifestam extrema preocupação pelos incidentes nas cidades do Maputo, distritos de Chókwe, Chibuto e Mandlhakazi, província de Gaza, e os mais recentes tumultos ocorridos na cidade do Chimoio, em Manica, e que resultaram em mortes e feridos. Segundo o documento, durante as manifestações a circulação tornou-se perigosa, “ houve até perdas de vidas humanas e avultados danos materiais como resultado da fúria incontrolável dos manifestantes e do nervosismo da polícia”.
Em face das perdas humanas e dos danos materiais resultantes das manifestações, os bispos católicos manifestam solidariedade às famílias enlutadas “ e encomendamos misericórdia do Senhor almas das vítimas”.
Na missiva os bispos destacam o agravamento da carestia de vida no país, situação que dizem não estar a ser compensada nem pelo rendimento familiar nem pelo salário do trabalhador, apelando às autoridades de direito no sentido de “inverter a situação de intolerância económica” de modo a evitar que o espectro da violência se generalize pelo país.
“Sem dúvidas, o quadro não é por nada róseo e justifica a preocupação. Porém, esta situação não autoriza o uso da violência por parte de quem quer que seja, chegando até a atacar e prejudicar inocentes. Nós, os Bispos, desaprovamos essa via. Se as manifestações são justas e até cobertas pela lei, há mecanismos legais para o seu uso. Lamentamos que tais manifestações tenham redundado em violência gerando mortes e feridos e aumentando o grau do sofrimento do mesmo povo. Não ignoramos que o nível elevado de sofrimento pode excitar os ânimos e mesmo interferir no normal funcionamento da razão, mas nem por isso podemos aprovar exageros e violências”.
Num outro desenvolvimento, a mensagem apela igualmente à Polícia da República de Moçambique para que tenha sempre presente “que a sua missão é garantir a ordem e preservação das vidas humanas e não a de intimidar os cidadãos e que a forca a empregar seja sempre proporcional ao perigo”.
In Noticias 26.02.08
Mauritius asks for review of Chagos Islands deal with UK
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The announcement comes after Mauritius's new prime minister expressed
doubts over the deal.
46 minutes ago
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