Na Zambezia: Tumultos no Gile!

Trabalhadores paralisam prospecção minerais

(Maputo) Desde o dia 11 de Fevereiro que estão inactivos os trabalhos de prospecção e exploração mineira na área de Muiane no Alto Ligonha, Distrito de Gilé, Província da Zambézia. Ao que o mediaFAX apurou, os trabalhadores amotinaram-se mais uma vez exigindo o pagamento de indemnizações que, alegam, lhes são devidos ao tempo do funcionamento da empresa estatal de minas que operava na zona.
No entanto, os operadores privados que fazem prospecção de pegmatites alegam que eles não têm
responsabilidade sobre essas indemnizações uma vez que quando asseguraram as concessões estas não
tinham cláusulas respeitantes à mãode-obra que trabalhava com a empresa estatal.
Operam na zona pelo menos três empresas privadas e que neste momento estão paralisadas: a Euroexport,
a Tanmining e a Drusa. Os operadores pediram ao Governo provincial da Zambézia para
intervir no assunto mas não obtiveram resposta.
Contudo, em contacto telefónico com o mediaFAX, esta Quarta-Feira, Januário Soca, director provincial de trabalho da Zambézia, confirmou a paralisação das actividades laborais no projecto de prospecção e exploração mineira na bacia de Ligonha, concretamente no distrito de Gilé, mas disse que pouco podia adiantar sobre o assunto pelo facto de a sua instituição estar ainda no terreno a efectuar os respectivos
levantamentos.
Precisou, no entanto, que a questão do Gilé é muito complexa e precisa de um tratamento especial. Neste sentido, segundo ele, uma equipa de técnicos da sua direcção está no terreno “a verificar detalhe por detalhe”. Observou que no passado, parte dos trabalhadores que estão afectos àquelas companhias foram empregados da empresa Hidrocarbonetos de Moçambique, enquanto outros estiveram afectos a firmas que prestavam serviços a uma outra empresa estatal.
“Sabemos que há indivíduos que nunca trabalharam para a Hidrocarbonetos, mas que hoje se querem aproveitar.
A nossa equipa está lá para verificar a situação de cada um”, disse Soca.


Polícia sem efectivo

Enquanto isso, o mediaFAX soube que a polícia não tem efectivos locais para pôr termo aos desacatos e
assegurar a protecção aos trabalhadores das minas. Um dos encarregados da empresa Euroexport foi atacado na sua residência, amarrado e espancado. Não conseguimos apurar a entidade deste
trabalhador. Pessoal dos serviços administrativos e gerência das empresas abandonou a zona de Muiane e procurou refúgio na cidade de Nampula à espera que a situação volte à normalidade.
Em Novembro houve uma revolta dos trabalhadores que só terminou depois de representantes das autoridades provinciais terem prometido que o problema das indemnizações seria resolvido
num prazo de três meses.

(Raúl Senda e Redacção)