Saturday 12 January 2008

Turismo em Mocambique: quo vas dis?

Turismo visto por operadores agregados na CTA

Más estradas e infra-estruturas inviabilizam desenvolvimento

Maputo (Canal de Moçambique) – Os Operadores da Indústria do Turismo e Hotelaria, através da Confederação das Associações Económicas de Moçambique ( CTA), dizem que a falta de progresso na implementação da sinalética em lugares de interesse turístico um pouco por todo o país, particularmente em Maputo, Inhambane, Vilanculo, Pemba, Ilha de Moçambique, estes tidos como pontos potencialmente turísticos, e nas principais estradas nacionais, exceptuando as Estradas Nacionais números 1 e 4, bem como a não existência de uma instituição privada que represente os interesses de todos operadores deste sector económico, continuam sendo os factores que impedem o desenvolvimento do turismo ao nível nacional.
A esses factores se acrescentam as já sabidas restrições que o Governo vem impondo ao uso de rotas aéreas internacionais, regionais e internas como forma de protecção à Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), a companhia aérea do Estado (80%) e da VinteLam (20% de gestores e trabalhadores).
Apesar de certas melhorias nalguns serviços públicos com impacto no turismo, e a reabilitação de algumas infra-estruturas tais como estradas, comunicações, electricidade, água, hospitais, e o aparente controlo da situação prevalecente da malária e HIV/SIDA, o sector privado nacional considera ainda que muitas estradas, sobretudo para destinos turísticos, estão em precárias condições de transitabilidade e as infra-estruturas se apresentam em más condições.
Acrescentam os operadores turísticos agregados na Confederação das Associações Económicas de Moçambique ( CTA), que o abastecimento de água continua deficiente, embora por outro lado se reconheça que a electricidade e a rede de telefonia móvel, estão em expansão com potencial para seu desenvolvimento nas áreas turísticas.
Outro constrangimento que é levantado também pela CTA como estando a impedir o desenvolvimento do Turismo em Moçambique, é a inexistência de uma legislação especifica e instituições para o licenciamento e funcionamento dos operadores comerciais de mergulho e pesca recreativa, o que segundo os próprios agentes económicos, tem estado a concorrer para diversas ilegalidades, pelo facto de permitir o florescimento de operadores ilegais, estes que por seu turno dificultam a actividade dos operadores legais.
Como tal, o sector privado através dos operadores deste ramo de actividades, é de opinião de que o Governo devia avaliar as melhores práticas internacionais no domínio do mergulho.
Na verdade, ao nível nacional, não existe uma instituição privada que represente os interesses de todos os operadores do turismo e hotelaria, embora tenha sido criada a Federação de Hotelaria e Turismo de Moçambique, em Outubro do ano passado na cidade de Pemba, província nortenha de Cabo-Delgado, agremiação esta que ainda não tem estatutos, aguardando-se a apresentação destes pela respectiva Comissão Instaladora, dentro de dias.
Outrossim, o código de conduta dos operadores turísticos, ainda não está totalmente divulgado nas províncias, segundo acusam os empresários deste ramo.
Embora tenha sido reintroduzido o código de incentivos fiscais e aduaneiros para projectos turísticos de raiz, a maioria dos operadores deste ramo, diz que nada progrediu neste capítulo, porque tal como estava anteriormente, a carga fiscal e aduaneira ainda é muito alta, continuando a tornar a indústria turística menos competitiva.
Um estudo levado a cabo no ano passado no país, com objectivo de apurar as reais causas que estariam a retrair o turismo em Moçambique, mormente devido a fraca entrada de turistas, determinou que as restrições impostas pelo Governo na exploração de rotas aéreas internacionais a outras operadoras em protecção da Companhia nacional, Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), também eram dos principais factores que impediam o desenvolvimento deste sector de actividade económica nacional.

(Bernardo Álvaro)

1 comment:

Anonymous said...

Não concordo com ideia pé concebida de proteccionismo as LAM. Como é prática no mundoos Estados protegem as suas companhias aéreas via subsidios, como acontece na RSA, EUA e Europa. Em moç não me parece ser o caso, senão a LAM estaria hoje a fazer rotas internacionais.
A nível doméstico o mercado é liberalizado e a prática mostra que o mercado é reduzido e não existe espaço para muitas companhias de grande porte. Umcaso sintomático +e o da Ex. TTA, adqquirida pela STA. Esta empresa ganhou o concurso da rota vilankulos/johanesburgo e veja quem opera..uma empresa su africana que paga royalties a Moç...sem investimento. Recentemente quis ir ao Bazaruto e tive que pagar em ZAR e depositar na RSA..AFINAL QUEM GANHA COM ISTO???Sobre os estudos, muitos deles "encomendados" têm como recomendações os interesses dos "patrões" que os pagam...