Wednesday, 16 September 2009

Durante a campanha eleitoral em Tete

Mariano Matsinhe congratula-se com a exclusão dos partidos pela CNE

“Não vamos admitir ladrões (na CNE), pese embora os doadores exijam que incluamos os outros partidos que não reúnem condições” - Mariano Matsinhe, falando, em Moatize, durante um comício da campanha eleitoral

Tete (Canalmoz) – O membro da brigada central da Frelimo e veterano da Luta Armada de Libertação Nacional, disse ontem, em Tete, durante um comício da campanha eleitoral que “os outros partidos, que foram excluídos da CNE, foram excluídos porque não reúnem condições para concorrer às eleições legislativas e das assembleias provinciais”. Matsinhe disse que nós não vamos meter ladrões para dirigirem o País, mesmo que os doadores exijam que isso aconteça”.
Com estas palavras, Mariano Matsinhe antecipava-se à decisão do Conselho Constitucional, que tem na mesa os recursos interposto pelos partidos políticos excluídos pela CNE, ainda para deliberar.
As palavras deste velho membro da Frelimo e ex-ministro da Segurança, que há dia reconheceu que sempre foi hábito da Frelimo fuzilar, agudizam ainda mais as desconfianças de que a controversa decisão da CNE para excluir certosas formações políticas foi tomada por recomendação da Frelimo, o que é nocivo para uma democracia que se quer séria e isentas de cumplicidades da comunidade internacional que se quer séria e alheia a jogos de poder que a colocam em papel vulneável.
Continuando, Matsinhe disse que “se assim for, corremos o risco de trabalharmos com deputados ladrões e traficantes, o que vai manchar a imagem do País”, acusou aquele veterano.
Depois de abandonar as acusações a outras forças políticas, Mariano de Araújo Matsinhe apelou para o voto no seu partido e respectivo candidato, Armando Guebuza. “Vamos todos votar para que a Frelimo renove o mandato na Presidência, Assembleia da República e nas Provinciais, esta última que acontece pela primeira vez no sistema de multipartidarismo”.
“Queremos que a campanha seja uma verdadeira festa. Com o nosso manifesto eleitoral não estamos a prometer helicópteros, mas sim uma vida condigna ao nosso povo. Reconhecemos que o nosso Pais é pobre e ainda depende em 50% da ajuda externa, mas com a Frelimo no poder teremos um Moçambique não dependente”, prosseguiu deixando subjacente que a Comunidade Internacional é afinal o suporte da Frelimo e a grande responsável pelas desigualdades e manutenção no poder em Moçambique de déspotas.


MDM
O MDM vem realizando a sua campanha em Tete, desde o dia do arranque oficial a 13 de Setembro, apesar de ainda ter a situação pendente, quanto à sua participação nas legislativas nesta província.
O delegado político provincial do MDM, Celestino Bento, mostrou-se satisfeito com o nível de aderência dos membros e simpatizantes do partido liderado por Daviz Simango, apesar de ter arrancado sem o material de propaganda, nesta província, que afirma que ainda está a caminho.
As despesas estão a ser suportadas por contribuições dos membros e simpatizantes, disse. Acrescentou que “há garantias de que, até amanhã (hoje) o material chega a Tete, para posteriormente concretizar-se a deslocação aos distritos”.
MDM com saudades de Samora
Num outro desenvolvimento, Celestino Bento disse que o seu partido pretende devolver a dignidade ao povo. Questionado com pelo Canalmoz “quando é que o povo teve a tal dignidade?”, Bento respondeu: “na altura de Samora Machel, o povo tinha tudo que queria. Tinha o pão, emprego, escola, no País. A educação era para todos, ricos e pobres, as crianças tinham direito a bolsas, o que hoje já não acontece”.
A terminar explicou que “Samora herdou o sistema de governação colonial, mas com o andar do tempo, e com o sistema implementado pelo Governo moçambicano, a situação mudou para o pior”.

RENAMO

O delegado político provincial da Renamo, Albano Bulaude, disse que a campanha decorre sem sobressaltos.
Entretanto, diz que “tivemos uma situação de persecução em Moatize, mas não foi de grande relevância. A Frelimo tentou provocar-nos e não respondemos às provocações”.

PDD

O porta-voz de PDD, Marco Saeni, disse que por questões organizacionais aquele partido só vai arrancar com a campanha no sábado dia 19 do corrente mês, caso a CNE aprove a sua participação nas legislativas ou provinciais, em todo o País.
De referir que a campanha em Tete, nos primeiros três dias decorre sem sobressaltos. Ainda não se registaram situações de violência em grandes proporções como tem sido noticiado de outras partes do país apesar dos incidentes em Changara.

(José Mirione)

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