Oldemiro Baloi afirma que 'Agimos com coerência na crise do Zimbabwe - reagindo à inquietações da opinião pública com relação à estratégia da “diplomacia silenciosa”
A CHAMADA “diplomacia silenciosa” conduz a uma maior eficácia de resultados na mediação de conflitos e salvaguarda dos interesses envolvidos, uma vez que ela permite que se faça a auscultação das diferentes sensibilidade sem tomar partido, publicamente, com relação a qualquer das partes. O Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Balói, considera que Moçambique foi coerente ao adoptar a estratégia de diplomacia silenciosa no processo de busca de uma solução para a crise zimbabweana.
Falando esta segunda-feira em Maputo, à margem de uma palestra subordinada ao tema “Política Externa de Moçambique: O Passado, Presente e Futuro”, Balói disse que no caso do Zimbabwe, nos vários contactos em separado a diplomacia moçambicana sempre fez questão de “dizer verdades” às partes, assegurando que, sem que tenha sido necessariamente pela via da comunicação social, “todos eles sabem o que nós pensamos sobre a situação”.
“O que acontece é que muitas vezes a ‘diplomacia dos jornais’ agudiza o antagonismo entre as partes. Quando estamos perante um problema, temos que ver os meios que temos e a atitude a tomar para chegarmos à melhor solução. No caso concreto do Zimbabwe, a nossa experiência mostra que, agindo no silêncio, a nossa diplomacia logrou os sucessos que hoje podem ser testemunhados”, disse Balói.
A viabilidade da chamada diplomacia silenciosa foi questionada por uma das participantes no evento, que procurou enquadrar a posição assumida pelo Governo moçambicano com relação à crise zimbabweana no contexto do tema em debate. Na opinião desta participante, o Executivo moçambicano e outros da região deveriam ter tomado uma posição pública mais enérgica, condenando as políticas adoptadas pelo Governo do Presidente Robert Mugabe, quanto mais não fosse para demarcar-se daquilo que considerou tratar-se de “desmandos na governação”.
“Com os rodesianos - explicou Oldemiro Balói - não tínhamos hipóteses de nos entender, e por isso fizemos aquilo a que se pode chamar “diplomacia ruidosa”. Ora, com os actuais contendores no Zimbabwe poderíamos entender-nos, por isso era necessário adoptar uma estratégia diferente, mas eficiente, de actuação”.
O antigo chefe do Estado moçambicano, Joaquim Chissano, orador principal da palestra, juntou-se à explicação para recordar que, ainda no Zimbabwe, durante as negociações que envolveram Ian Smith, Robert Mugabe, Joshua Nkomo e Abel Muzorewa, uma das principais armas usadas na mediação foi a diplomacia silenciosa.
“Foi em Cuba, em 1979, em plena Conferência dos Não-Alinhados, que chamámos Mugabe e Nkomo, que na altura se recusavam a ir a Lancaster House para as negociações. Depois de conversarmos com eles, não só concordaram em ir, como também adoptaram a nossa proposta de dar a Ian Smith um período de graça de 10 anos e deixar a questão da terra para depois. Para o Acordo de Nkomáti foi a mesma coisa. Fizemos diplomacia silenciosa com os sul-africanos, porque não queríamos que os americanos se envolvessem”, disse Chissano, acrescentando que “foi sem condenar ninguém que conseguimos ajudar a resolver o problema do Lesotho” e “é o que está a acontecer com o Malawi e Suazilândia”.
Maputo, Quarta-Feira, 18 de Fevereiro de 2009:: Notícias
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