JOVENS no norte do país são pela criação de um gabinete parlamentar na Assembleia da República – departamento que serviria para cuidar dos interesses da juventude naquele órgão legislativo, segundo propostas avançadas no decurso de encontros de formação de líderes juvenis em matérias de advocacia e monitoria de políticas públicas.
Tais encontros, promovidos pelo Parlamento Juvenil, tiveram lugar há dias nas províncias de Cabo Delgado, Nampula e Zambézia, devendo prosseguir na próxima semana na região centro e em princípios do próximo mês na zona sul.
Fazendo um balanço da primeira etapa de formação de líderes juvenis, o presidente do Parlamento Juvenil, Salomão Muchanga, afirmou que o gabinete parlamentar da juventude na Assembleia da República é uma exigência antiga, tendo em conta que a mesma foi avançada no decurso do I Encontro Nacional da Juventude realizado na cidade de Chókwè, em Gaza.
“Nestes seminários de formação fomos novamente confrontados com esta exigência. Não nos resta mais nada senão pressionarmos a Assembleia da República no sentido de compreender a necessidade dos jovens, criando tal departamento parlamentar”, explicou Salomão Muchanga.
Acrescentou que no decurso dos encontros, os jovens queixaram-se da fraca divulgação da Constituição da República, o que faz com que muitos ajam à margem desta legislação. Mas, mais do que isso, lamentaram o facto de esta mesma Constituição não existir traduzida em línguas nacionais.
“Portanto, para além da fraca divulgação, os jovens pedem a tradução da Lei-mãe para as diferentes línguas nacionais a fim de ela ser conhecida e dominada por todos”, referiu o interlocutor.
Num outro passo, Salomão Muchanga disse que os encontros realizados em Cabo Delgado, Nampula e Zambézia ultrapassaram as expectativas iniciais, pois contaram com um elevado número de participantes e deram-se passos seguros em prol da criação de parlamentos provinciais.
Nestes encontros, segundo a fonte, foi possível identificar problemas e desafios consensuais de cada província. Considerou-se igualmente que a palavra-chave para a superação destes problemas e desafios reside na capacidade de auto-superacão individual, pois “o futuro de Moçambique tem nome: juventude”.
Estes encontros, de acordo com Salomão Muchanga, estão a activar um amplo movimento social para que a juventude goze da primazia na sociedade em geral e nas províncias em particular.
Nos referidos seminários de formação os jovens recebem matérias tais como Direitos da Juventude, baseados na supremacia da Constituição da República e Carta Africana da Juventude; Processo de Desenvolvimento da Liderança; Assembleia da República na Actividade Legislativa e Fiscalizadora da Governação; Diferença entre Advocacia e Mobilização Social, entre várias outras matérias.
Maputo, Sexta-Feira, 20 de Fevereiro de 2009.
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