2009-02-20
Moçambique faz parte do grupo de oito países africanos contemplados por um projecto desenhado pela Gra-Bretanha com vista a restauração da rede e infra-estruturas de transporte, que foi lançado esta quinta-feira.
Com esse gigantesco projecto, avaliado em um bilião de dólares, a Grã Bretanha vai se juntar a nova “corrida à Africa”, para inverter a degradação e destruição da maioria da rede e infra-estrutura de transportes, incluindo estradas e linhas férreas.
O mesmo é fruto de uma parceria entre o governo britânico e o Banco Mundial que vai culminar com a reconstrução de 8.500 quilómetros de estradas e a reabilitação de 600 quilómetros de linhas-férreas, incluindo a construção de alguns troços novos e a reabilitação de postos fronteiriços.
Segundo o governo britânico, este projecto que será implementando durante um período de 10 anos, vai estimular o comércio na região na ordem de centenas de milhões de dólares por ano através da redução do tempo de transporte de pessoas e de mercadorias, incluindo uma redução de tempo de espera nos postos fronteiriços, onde os camiões de mercadoria chegam a permanecer vários dias para a tramitação da sua documentação nas alfandegas.
Contudo, esta iniciativa é apenas parte de uma série de projectos de investimento e de reconstrução que estão a ser implementados em Africa nos últimos anos, numa escala jamais vista desde que a rede de transporte foi construída pelos colonos europeus.
Os referidos projectos incluem vários programas de construção massiva financiados pelo governo chinês, cujo volume já está a provocar uma certa apreensão nos países ocidentais, que temem perder a sua influência no continente.
Assim, o ministro britânico para o desenvolvimento, Gareth Thomas, deverá anunciar, esta quinta-feira, durante uma reunião de empresários o lançamento deste projecto.
O mesmo pretende “revolucionar” as rotas de comércio na Africa Central e Austral, e reconstruir a infra-estrutura da rede de transportes em seis antigas colónias britânicas, nomeadamente Zâmbia, Zimbabwe, Botswana, Malawi, Tanzânia e Africa do Sul, bem como outros dois países que possuem fortes laços comerciais com este grupo de países, mais concretamente a República Democrática do Congo (RDC) e Moçambique.
Inicialmente, segundo Thomas, esta iniciativa deverá incrementar o comércio regional na ordem de 10 por cento que, eventualmente, poderá atingir 50 por cento.
“A quota de Africa no comércio mundial caiu de seis para dois por cento entre os anos 1960 e 2002, sendo o elevado custo de transporte a principal razão”, refere o discurso de Thomas, preparado especialmente para esta ocasião.
“Os agricultores e empresários nos países do interior, ou seja sem acesso ao mar, tais como a Zâmbia, Malawi e RDC enfrentam custos de transporte 50 por cento mais elevados comparativamente aos países costeiros.
“Como consequência disso, o seu volume de comércio é 60 por cento mais reduzido. Alem disso, enquanto não melhorar a rede de transporte, os supermercados e comerciantes destes países não poderão beneficiar de produtos de maior qualidade, enquanto que as comunidades africanas vão continuar a perder a oportunidade de fazer negócios, criar mais empregos e, como consequência alimentar a si próprios e levar os seus filhos a escola”.
Grande parte das infra-estruturas rodoviárias e ferroviárias herdadas há cerca de 50 anos pelos países africanos, logo após a sua independência, revelam uma falta gritante de manutenção.
Em alguns países, sobretudo na RDC, parte considerável da rede de transportes chegou a desaparecer totalmente.
Durante o regime ditador, negligente e corrupto de Mobutu Sese Seko, a maioria da rede de transportes construída pela Bélgica acabou sendo engolida pela mata ou destruída por camiões pesados e pela falta de manutenção.
Esta situação chegou a um ponto em que para fazer um pequeno percurso de 100 quilómetros são necessários quase oito horas de tempo.
A RDC, um país com uma extensão 10 vezes superior ao Reino Unido, possui apenas 2.000 quilómetros de estradas pavimentadas, menos de um décimo quando este país adquiriu a sua independência. Alem disso, também não existe uma única estrada ligando o país de um para o outro extremo.
Este declínio é menos acentuado em países tais como a Tanzânia e Zâmbia, mas com o passar o tempo, a falta de manutenção resultou numa degradação das estradas e de linhas-férreas.
A Zâmbia possui cerca de 20.000 quilómetros de estradas pavimentadas, mas a maioria está esburacada.
Em Moçambique a rede rodoviária foi destruída pela guerra civil que era financiada pela vizinha Africa do Sul da era do Apartheid, enquanto que a rede ferroviária encontra-se em melhores condições.
A famosa linha de Benguela em Angola acabou por ficar totalmente paralisada devido a guerra civil e invasão estrangeira, o que significa que a maior parte do percurso acabou sendo destruída.
Inicialmente, acredita-se que o governo britânico deverá injectar cerca de 100 milhões de dólares.
Este montante terá como enfoque a ligação das rotas de comércio nas regiões do interior ligando os portos da Tanzânia, Moçambique e Africa do Sul, onde os portos sul-africanos de Durban e de Elizabeth serão o principal ponto de escoamento dos produtos da Africa Austral.
Enquanto isso, a China já está a ter um grande impacto noutros países africanos, incluindo Moçambique onde já construiu milhares de quilómetros de estradas.
Outras iniciativas recentes tiveram o condão de reavivar parte da rede ferroviária da região. Uma das primeiras foi a rota de Durban, atravessando o Zimbabwe e ligando a região de Victoria Falls na Zâmbia. A mesma termina na cidade mineira de Ndola.
Foi necessário um grande investimento e quase uma década para ligar as referidas três linhas-férreas. O resultado disso é que agora são necessários apenas três dias para transportar uma mercadoria de Ndola a Durban, quando ainda num passado recente era necessário mais de um mês.
Fonte:AIM
Probation: 'Too few staff, with too little experience, managing too many
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