Monday 27 December 2010

Até com Valdemiro José, “ta-se mal”?

Este título em epígrafe não vem ao acaso. É que durante a semana passada, as rádios locais, andaram a passar um spot publicitário de um suposto espectáculo que teria lugar no pavilhão do Benfica a partir das 22 horas do dia 24 de Dezembro, portanto, tudo como dizia o spot, para animar a noite que antecedia o natal.
Ora bem, o valor de entrada até não era tanto, embora reconheça que não foi fácil arranjar estes 200 paus ditos.
Mas quem seriam os músicos que iriam subir ao palco? De entre os nomes anunciados, estava o de Valdemiro José, este dono da letra “ta-se mal”, o qual usei como titulo para este meu pensamento. Haviam outras tantos, como a banda Garimpeiros e para alem dos músicos locais e como se diz em gíria que estão a bater.
Eu e mais alguns amigos, lá fomos para não sermos apontados como aqueles que não gostam de coisas de casa e por ai fora. Estava eu ciente que o espectáculo iniciaria as 22 horas. Mas enganei-me. Chegada a esta hora, quando cheguei ao pavilhão, local da realização do referido espectáculo, ainda experimentava-se a qualidade do som. Ora bem, muita gente como eu, estávamos ansiosos e ver músicos como Valdemiro a cantar em casa e receber aplausos de gente que lhe conhece. Mas nem com isso. A hora marcada já ia passando, quando olhei o relógio de um amigo, vi que já marcava 23horas. Não perdi esperança, porque sabia que pelomenos não estávamos muito longe do espectáculo começar. Começa, começa você. De 23horas o relógio nunca parou, já era meia-noite. Valdemiro vem, vem você. Um amigo meu que estava na organização viu um carro e disse: “Está ali o Valdemiro a passar”. Isso por volta da meia-noite.
Não aguentei, sai para dar umas voltas porque havia coordenado com alguns amigos que lá estavam que em casos de o show iniciar me dessem um toque. “Esperei, esperei nada”-como dizem os Afro Man. Tive que pegar no meu telemóvel e escrever uma mensagem questionando se havia começado o espectáculo e como estava o ambiente. A resposta não tardou. Sem receio os meus amigos disseram que não havia nada de jeito e o cartão-de-visita neste caso o Valdemiro, não havia ainda chegado.
Uff, a esperança já ia desaparecendo. Quase duas horas da madrugada, chega um amigo também e pergunta se havia iniciado o show e disse lhe que não sabia e logo de seguida disse que o Valdemiro ainda estava a dormir. Meu Deus, pensei logo errado. Como é que os músicos locais querem servalorizados pelo seu trabalho desta maneira? No dia que for um espectáculo de um músico estrangeiro e os Quelimanenses forem aplaudir, dirão que o pessoal de casa não respeita algo local?
Eu penso que, aquilo que aconteceu foi uma autêntica burla as pessoas que pagaram os seus 200 meticais para irem ouvir uma ou duas músicas por volta das 3 horas. Muita gente como eu ficou arrependida e desiludida pela forma de ser de um músico como Valdemiro, que sabendo que está em casa, tinha obrigação de fazer de tudo para não defraudar o pessoal que bem conhece. Nem com isso, parece que o jovem é mesmo ESTRELA e esqueceu de que tudo o que voa começa de baixo.
No meio daquilo tudo que assisti naquela noite, também ficam inúmeras perguntas. Será que alguém controla a realização de espectáculos neste país e na província em particular? Se controla então controla aonde e a quem? Já é chegada a hora de pôr ordens aos promotores de espectáculos que admitem que o público seja burlado desta maneira. Por favor CHEGA e pior ainda com músicos como Valdemiro que bem tudo poderia fazer para agradar os seus conterrâneos que lutam para lhe verem bem. Mas nem com isso, dai que na minha modéstia opinião eu remato em jeito de fecho que até com Valdemiro José ta-se mal.

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