CERCA de cinquenta cidadãos malawianos entraram ilegalmente semana finda em território moçambicano, na região de Mlangeni, em Angónia, Tete, onde feriram com recurso a uma catana duas pessoas e destruíram seis casas e diversos bens, incluindo uma viatura, noticiou ontem a Rádio Moçambique (RM).
Maputo, Terça-Feira, 8 de Setembro de 2009:: Notícias
Os malawianos roubaram igualmente diversos bens, e algumas somas em dinheiro e deixaram a população de Mlangeni em estado de pânico e terror.
Um oficial moçambicano da polícia de guarda-fronteira posicionada em Biribiri disse ontem à RM que tudo começou quando um pequeno comerciante de Mlangueni, por sinal também malawiano, mas casado com uma moçambicana, recusou-se a servir bebidas alcoólicas de fabrico caseiro aos seus compatriotas alegando ser alta noite.
O mesmo oficial afirmou que diligências estão em curso para a localização dos malawianos envolvidos no caso, de modo a levá-los à Justiça.
O caso deu-se precisamente em Chisuithi, localidade de Mlangeni, a cerca de quarenta quilómetros de Ulongue, sede do distrito de Angónia.
A RM confirmou ontem no local que a vida está paulatinamente a voltar à normalidade, tendo a população iniciado já a reconstrução das suas casas, mas algumas pessoas continuam ainda traumatizadas.
Esperança Edson, professora primária de Mlangeni, disse que perdeu quase todos os seus haveres, para além das ameaças de que foi vítima por parte dos malawianos. Ela acrescentou que quase todas as vítimas necessitam de algum apoio humanitário urgente.
O alto-comissariado de Moçambique em Lilongwe e o Consulado em Blantyre já estão a acompanhar o sucedido, o mesmo acontecendo em relação à Administração da Angónia.
A incursão dos malawianos em Mlangeni a dois de Setembro deste mês aconteceu exactamente na altura em que se encontrava reunida em Maputo a Comissão mista de Defesa e Segurança Moçambique-Malawi, que, entre outros pontos, decidiu criar uma comissão de inquérito para investigar os incidentes de Caloca, em Ngauma, no Niassa, onde a Polícia malawiana destruiu um posto da força da guarda-fronteira moçambicana.
No entanto, a Polícia do Malawi ameaçou este fim-de-semana o cônsul de Moçambique em Blantyre, Félix Mambule, ao exigir que lhe fosse entregue a lista dos moçambicanos recenseados durante o último censo eleitoral.
O caso deu-se em Nsanje, no extremo sul do Malawi, e os protagonistas foram três agentes do NIS, National Inteligence Service, a polícia secreta daquele país.
Depois de uma discussão com o diplomata moçambicano, os agentes da Polícia malawiana acabaram se retirando sem conseguirem os seus intentos.
Félix Mambule disse que a atitude da Polícia malawiana viola flagrantemente a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas e Consulares, para além de que o recenseamento dos moçambicanos no Malawi foi do conhecimento oficial das autoridades malawianas.
Mambule considera que chegou a hora de Moçambique tomar uma posição firme em torno dos incidentes que têm vindo a acontecer com o Malawi.
The Papers: City to get 'bonuses early' and PM 'backs thought police'
-
A speech by Chancellor Rachel Reeves and a row over non-crime hate
incidents make the front pages.
41 minutes ago
No comments:
Post a Comment