Thursday 10 September 2009

27 Partidos excluídos unem-se contra a “arrogância da CNE”

Frelimo e Renamo já receberam ontem, da CNE, as suas partes do fundo de financiamento da Campanha Eleitoral. Os restantes partidos e coligações recusaram-se a receber “O Observatório Eleitoral e a comunidade internacional estão preocupados com a democracia em Moçambique”– Sheik Abdul Carimo, porta-voz do observatório eleitoral

Maputo (Canalmoz) – Os 27 partidos que foram excluídos parcial ou integralmente, da corrida eleitoral, uniram os esforços para repudiar a forma obscura como a Comissão Nacional de Eleições conduziu o processo do apuramento das candidaturas. Durante toda a manhã de ontem, representantes das 27 formações políticas, entre partidos e coligações, estiveram reunidos no Hotel Cardoso, na cidade de Maputo. No fim dos trabalhos, Daviz Simango, que foi indicado como o porta-voz para a Imprensa que esteve naquele local em peso, disse que o encontro visava desenhar as estratégias para impedir a ilegalidade que está sendo cometida pela CNE.
Simango condenou ainda a arrogância da CNE, que enquanto engana os partidos políticos alegando que poderá repescar algumas listas, por outro lado vai distribuindo dinheiro para o financiamento da campanha eleitoral para que tudo se apresente como consumado e sem retorno.
Questiona-se a partir desta situação, como irá a CNE repescar outros partidos para as mesmas eleições, cujo sorteio para a precedência nos boletins de voto já foi realizado, e o dinheiro para o financiamento da campanha, também foi já distribuído.
O porta-voz do encontro, que é também candidato aprovado à presidência da República para disputar o cargo com o presidente da Frelimo, Armando Guebuza, e Afonso Dhlakama, presidente da Renamo, disse: “Nós não estamos interessados no dinheiro para o financiamento da campanha. A CNE foi telefonando durante a noite de ontem (anteontem) aos partidos políticos, a convidar para irem receber dinheiro hoje (ontem). Nós não fomos, porque não é o dinheiro que nos interessa, mas, sim, que seja reposta a legalidade”.
No encontro dos partidos políticos excluídos participaram quase todos presidentes destes partidos: Daviz Simango, do MDM, Raul Domingos, do PDD, Yaqub Sibindy, do PIMO, João Massango, dos Ecologistas, Miguel Mabote, do Partido Trabalhista, só para citar alguns nomes.
Entretanto, a disponibilização dos fundos para o financiamento da campanha, ocorreu no meio de um grande secretismo. Nenhuma imprensa foi convidada a assistir o evento, a não ser os órgãos assessores do Governo, disfarçados em imprensa pública. Mas mesmo assim, jornalistas da rádio estatal diziam desconhecer o momento em que foi distribuído o referido dinheiro, que pelo sinal foi apenas disponibilizado aos dois partidos com representatividade parlamentar, na CNE e no Conselho Constitucional, a Frelimo e Renamo.

(Borges Nhamirre)



2009-09-10 06:15:00
















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