NHANFUTHUCO: DEZASSEIS ANOS
Tem dezasseis anos. É adolescente e irreverente. Vive embalada no entusiasmo e vigor
próprios da sua idade. Tudo pretende e acredita que possui força, capacidade e habilidades para tudo alcançar. Acalenta sonhos nobres, excitantes, interessantes e até cósmicos. Desde o combate a pobreza à revolução verde.
Chegou hesitante à minha terra, fruto de uma amarga experiência, a má hospitalidade do meu irmão, na sua desastrada odisseia às terras deste.
Inicialmente condicionou a sua permanência entre os meus. O nosso comportamento expressaria, então, o nosso genuíno desejo. Se o de zombar dela ou de acolhe-la
como companheira no percurso pelas veredas da existência.
Correu perigo de vida nessa dezena e meia de anos de convivência. A boa vontade, o empenho, o elevado senso de fraternidade e comprometimento com a causa familiar de outros, foram cruciais para a sua permanência entre nós até esta idade. Sua história de vida é motivo de orgulho no povoado.
Tem história, existência e vida interessantes.
Ao logo desse tempo que a hospedamos em nossa morada permitiu que realizássemos obras
de vulto. Estas provam que o clima de harmonia prevalecente entre nós pela sua angelical presença foi deveras produtivo e aproveitado.
As vias e sistemas de comunicações foram construídas e reconstruídas. Muitos povoados
da comunidade estão contacto com mundo.
O exercício da cidadania é uma componente em crescimento. Direitos e deveres são noções que vão constando do dicionário cívico de cada um dos aldeões.
A consciência politica no sítio vai em crescendo.
O sistema de saúde está cada vez mais sólido. Em franco crescimento e difusão por todos os sistemas que compõem a estrutura funcional e orgânica do lugarejo.
Tal qual a saúde, temos um sistema educativo em franca expansão e abrangente. Alguns de nós são de opinião de que o sistema educativo ganhou em quantidade mas perdeu em
qualidade.
Culturalmente é notória a confusão instalada na juventude da zona. É um facto notório no primeiro e leve contacto com as gentes. Isto incomoda sobremaneira os sobas.
Sobre o assunto o maior quiproquó surgiu na área musical. Nesta vertente cultural
os meninos parece que não olham para os meios. Para uns a procura da fama justifica a obscenidade e erotismo que trazem nas coreografias de pobres musicas que produzem.
A dificuldade de perscrutar uma perspectiva de vida e vivência dignas leva a que muitos encarem a carreira musical como o meio, a fama e riqueza como fim a alcançar. Culturalmente minha terra está inquieta e tonta. Está a procura de sua identidade. Os
moralistas propõem o renascimento cultural para que se resgatem os ícones de outros
tempos, responsáveis pelas delícias e encantos de outrora.
À paz agradou a nossa hospitalidade. Com o passar do tempo aprendemos a lidar com a
sua delicadeza. Dai os frutos colhidos por todos, não obstante alguns aspectos de ajuste fácil que prevalecem. Certamente o tempo, o desenvolvimento responsabilizar-se-ão por limar tais arrestas para que trilhemos om identidade própria os caminhos de um mundo global e assaz estonteante.
Abraços.
gregoriopililao@yahoo.com.b
In DIÁRIO DE OPINIÕES
Rosenberg: Was Putin's response to my question about war in Europe an olive
branch?
-
Russia's leader told our Russia editor that claims an attack on Europe was
planned were "rubbish".
1 hour ago
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