UM centro de operações de apoio à paz foi ontem aberto no distrito da Moamba, na província do Maputo. O projecto de construção e equipamento foi financiado pelo Reino Unido e Estados Unidos da América, num valor não indicado.
A abertura deste quartel acontece poucos dias depois de Moçambique comemorar, a 4 de Outubro, o Dia da Paz e Reconciliarão, o que levou o Alto-Comissário do Reino Unido, Andrew Soper, a elogiar os esforços do país na manutenção e consolidação da paz.
Soper sublinhou que em África estão a ocorrer, hoje em dia, operações de paz no Sudão, Somália, RDCongo, Chade e Libéria, lideradas pela ONU e União Africana. “Elas asseguram que acordos de paz sejam implementados, devolvem a normalidade para áreas que acabam de emergir de conflitos e oferecem uma ponte entre a guerra insustentável e o desenvolvimento sustentável”, afirmou.
O diplomata disse que a cooperação entre o Reino Unido e Moçambique cresceu significativamente nos últimos cinco anos e, a título de exemplo, em 2003 o seu país apoiou no envio de um contingente para a missão de paz no Burundi, fornecendo equipamento de comunicações e veículos, logística, formação e transporte. Em 2005, segundo o diplomata, o Reino Unido ajudou a reabilitar a Academia Militar Marechal Samora Machel, hoje um centro de excelência para a formação de oficiais. Desde 2006, este país está a financiar o projecto de desenvolvimento de conhecimentos de língua inglesa para operações de manutenção de paz e em 2007 investiu mais de 380 mil euros para a construção do centro de manutenção de paz em Moamba.
Por seu turno, o major-general Herbert Attschuler, do Comando Militar Norte-Americano para África, destacou que o empenho de Moçambique em participar em operações de manutenção da paz, constitui sinal de que o país está determinado a fazer a diferença não apenas na região, mas em todo o lado onde se justificar. “À medida que Moçambique trabalha no sentido de preparar as suas capacidades de manutenção da paz para futuras operações, os Estados Unidos, juntamente com outros membros da comunidade internacional, estão prontos para prestar assistência”, disse.
Já o contra-almirante Patrício Jotamo, da Marinha de Guerra de Moçambique, disse, em representação do Governo, que o nosso país está comprometido com a paz. Como exemplo, indicou a contribuição moçambicana em processos de paz através de observadores e de contingentes sob a égide das Nações Unidas e União Africana, nomeadamente em Timor-Leste, RDCongo, Comores, Sudão, Uganda e Burundi.
O centro irá formar membros das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), da Polícia e civis para que estejam à altura de participar em operações de apoio à paz noutros países.
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In Noticias, Maputo, Quarta-Feira, 8 de Outubro de 2008.
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